Ciranda da Amazônia
Na bienal do livro realizada em Salvador/BA neste mês, foi lançada a publicação Antologia Poetrix 3, em comemoração aos 10 anos de nascimento do poetrix. Um sucesso!
TSRossi sugeriu ao grupo de poetas que participou dessa antologia o lançamento de outra, dedicada à preservação da floresta amazônica, patrimônio nosso e da humanidade.
Lílian Maial gostou da idéia, e com sua veia poética sempre afiada como um bisturi puxou esta ciranda, que, esperamos, seja o ponto de partida para a Antologia Poetrix 4, dedicada ao meio ambiente, em especial à floresta amazônica.
Todos estão convidados a participar.
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1) Pororoca
(Lílian Maial)
maré viva
o mar invade a foz
farra no leito
2) tambaqui das águas-vivas
(Marco Bastos)
pirapora é pororoca
rio no cio de_flora-a-flora
- o boto e a senhora.
3) Rio-mar
(Marília Oliveira)
às margens do ver-o-peso
derrama peixe vivo
na mesa da freguesa.
4) a lenda do boto... goiano
(TSRossi)
comeu arroz com pequi
às margens do rio Madeira...
virou boto tucuxi!
5) Quando maré cheia
(Alvaro Posselt)
O coração do mar
na mão
da sereia
6) um doce mar
(Hércio Afonso)
entre tantas
árvores-pernas
engole tudo enquanto rio
7) No caminho das águas
(Hércio Afonso)
o sonho era um
só
chegar ao mar
8) POROROCA DO AMOR
(Oswaldo Martins)
Rio vai para o mar,
Pororoca vem do mar
- Vai-e-vem feito amar.
9) Rio
(Fiore)
No tapete verde
Há vidas em curso.
Avança o mar doce.
10) Acorde
(Fiore)
No meio da mata
A alma se encanta.
Canto do uirapuru.
11) aquarela brasileira
(TSRossi)
do verde da floresta
ao boto cor-de-rosa:
cor é vida na Amazônia.
12) Consequência do desmatamento (palavratrix)
(Fiore)
Ré
Flores
Cimento
13) Mata (letrix)
(Fiore/TSRossi)
M
A
T
A morte espreita // Fauna e flora. // A vida em 'cheque'.
14) a floresta nua
(TSRossi)
despida de verde,
chora rios...
secos.
15) S E L V A (letrix)
(Denise Severgnini)
S
E
L
Vazio animalesco // fauna chora // extinção à vista
A
16) Amazônia
(Denise Severgnini)
Governo dorme
Eles USA(m) e abUSA(m)
Ocaso da floresta
17) Amazônia (2)
(Denise Severgnini)
Assoreamento e erosão...
Garimpo e contaminação...
Culturas em destruição...
18) QUEM... (letrix)
(TSRossi)
A
M
A MAZÔNIA // NÃO // MATA
19) AMAZON JUNGLE HOTEL
(Reneu Berni)
Acordam a turista
macaquinhos na janela,
assustados com os bobs dela!
20) Angústia (tautotrix)
(Fiore)
Amazônia agoniza.
A água acabará?
Acordemos agora!
21) Fantasmas (tautotrix)
(TSRossi)
Floresta ferida...
Foi fogo... fatal!
Flora, fauna, final...
22) Amazônia
(Marilda Confortin)
Cuide-se
Cuide-me
Cuide-nos
23) AMAzonia
(Marilda Confortin)
Vamos parar com esta zona
de matar e desmatar,
de poluir água e ar?
24) Instinto de preservação
(Marilda Confortin)
Guarás incendeiam a Amazônia
Com penas vermelho-vida.
Que pena... Em Guaratuba, extintos.
25) Sons da mata (onomatotrix pleno)
(Fiore)
Chuaaaaaa, gluuump, prrrrrrrrr.
Quaaaaaa, Uuuuuaaaaauuulllllll.
Tuntuntum. Tuntuntum. Iêôôôô.
26) Morte
(Mardilê Friedrich Fabre)
Serra corta,
Árvore tomba.
Brasília lava as mãos.
27) Extinção
(Mardilê Friedrich Fabre)
Passos de homens,
Revoadas de pássaros.
Ninhos pelo chão.
28) Verde (letrix)
(Mardilê Friedrich Fabre)
V
e
r
d
extermínio em massa // chagas na mata // brasileiro alienado.
29) PRESERVAR
(Andra Valladares)
Quem tem sentimento
não deixa um mundo lazarento
ao seu rebento.
30) Desmatamento (onomatotrix pleno)
(Denise Severgnini)
Rrrrr! Rrrrr! Rrrrr! Rrrrr! Rrrrr!
Klunk! clunc! plunc! tlunc! Tibum!
Oh!Ah!Sniff! Sniff! Sniff! Oh!Ah!
31) Ara ararauna_(Arara Canindé) [onomatotrix parcial]
(Denise Severgnini)
Currupaco!Currupaco! Chalrar intensa!
Várzea dos buritizais em festa
Penas auricerúleas dão o tom