CACHORRO DA LADEIRA

VELHO COMPANHEIRO

Deitada quentinha em nosso canto:

A minha heroina...

Agitado estou a correr pelos cantos:

O seu covarde...

Postura candida de quem é santo:

A minha menina...

Agito tudo, balbucio, por enquanto:

Só faço alarde...

Sou parecido com aquele cachorro:

Que ao ver passar...

Sai latindo pelo ladeira do morro:

Atrás do carro...

Quanto mais corre, ele corre mais:

Doido para alcançar...

Mas se o carro parar, ele para :

Ficando sem saber...

O que fazer;

Com o rabo a balançar...

Assim sou eu querida minha:

Este velho que caminha...

A seu lado, ao seu canto, em sua vida:

Por mais que me ignore,

Não lhe deixo de chamar de querida:

Por mais que me esnobe,

Eu seu que é um orgulho passageiro.

Um dia qualquer,

Em um lugar qualquer,

Em qualquer hora.

O seu orgulho de mulher,

Vai precisar

De chamar

o velho companheiro...

Goiânia, 03 de agosto de 1999

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 03/07/2008
Reeditado em 11/04/2011
Código do texto: T1062572
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.