Silvaninha

Silvaninha, na beira da estrada esperava. Esperava e ele não voltava. Fazia meses ou fazia anos? Mas ela esperava.

A horta já verdinha, as galinhas gordas ciscando ao redor, faziam esquecer os tempos de fome. O inverno muito bom não lembrava mais o verão da seca. Mas ele não voltava. As crianças na escola. Porque ele não voltava?

Partiu para São Paulo para enriquecer. Será que enriqueceu? Será que esqueceu sua Silvaninha?

O capão engordando no cercado, a cachaça já guardada para a chegada, mas ele não chegava. Nem notícias dava.

Mas Silvaninha esperava, e chorava.