Números
Os números fascinam a humanidade a inúmeros anos. Desde os primórdios números e símbolos despertam a curiosidade do homem. Assim nasce a numerologia, tendo em Pitágoras um de seus maiores entusiastas, a ponto de ser considerado o pai desta ciência. Derivada da Cabala, uma corrente mística do Judaísmo que queria explicar o mundo através dos números.
Tem pessoas que só fecham um contrato depois de profusos cálculos numerológicos. Assim era com o Tio Domicio, nascido ás sete horas e sete minutos do dia sete do mês sete de mil novecentos e sete na casa setenta e sete da rua sete de setembro em Santa Maria – RS, era o filho de numero sete da Tia Setembrina. Ele casou com uma jovem de dezessete anos, chamada Marizete, no dia sete do sete de mil novecentos e vinte e sete.
Tiveram sete filhos e setenta e sete netos. Viveram uma vida simples e miserável, junto ao rio, na curva sete, no interior do município. Quase tudo que ganhava Domicio gastava em carreiradas. Tomou gosto por cavalos aos sete anos. Chegou a ter sete cavalos bons de páreo.
Mesmo sem dar muita bola para números, nem para letras, visto que era analfabeta, Marizete, abandonou o marido e foi morar com o filho de numero sete, em sete do sete de sessenta e sete, dia do aniversario de casamento e do marido, que já estava fora de casa a sete dias atrás de novas carreiras. Passou sete meses numa fossa profunda. Resolveu ir morar na cidade. Vendeu tudo. Alugou um apartamento na rua sete, numero setecentos e setenta e sete, no sétimo andar. Casou-se sete vezes. Quase faliu.
Então no dia sete do sete de setenta e sete, adentrou num Jockey Clube, com setenta e sete reais, apostou tudo no cavalo número sete, no sétimo páreo. Era a chance de fazer um pé de meia. Era setecentos por um. Faria uma fortuna. Não deu outra o cavalo chegou em sétimo lugar.