A MELANCIA DO SEO AFONSO
Na casa do Seo Afonso o domingo era dia de festa. Dona Arminda, a mulher dele, preparava o almoço, que era muito simples, mas farto e gostoso. O cheiro da batatinha frita denunciava a obra de D. Arminda pelo quarteirão inteiro e o bife que ela preparava também era uma tentação para os que passavam por ali, pois exalava um aroma convidativo a qualquer mortal faminto.
Atrás da casa do Seo Afonso havia um pomar com pés de jabuticaba, goiaba, laranja e uma mangueira bem copada e que oferecia uma bela sombra para o descanso do Seo Afonso, aposentado da Estrada de Ferro Sorocabana e que roncava à sombra daquela árvore deitado numa rede colorida. Muitas outras frutas eram cultivadas naquele pomar, tinha até pitanga cujas folhas eram usadas para fazer um chá que, segundo diziam, abaixava a pressão arterial de D. Arminda.
Havia também uma área coberta onde fora colocada uma imensa mesa rústica de madeira e cadeiras para todos os membros da família e olha que quando estavam todos reunidos somavam dezesseis pessoas, fora os pirralhos que se assentavam no chão mesmo.
Ouvia-se de longe o barulho da gurizada, as risadas alegres em volta daquela mesa e de vez em quando eu era convidado para almoçar lá. Depois do almoço era servida a sobremesa, quase sempre, frutas do pomar. Num domingo vi cortarem uma melancia enorme. Todos estavam admirados do tamanho da melancia quando Seo Afonso disse que maior era o bolso da blusa dele, pois nele trouxera aquela melancia gigante. As caras de espanto e descrença se multiplicavam até que o Seo Afonso soltou uma gargalhada e desabafou: ___ É que eu ganhei as sementes dessa qualidade de melancia quando estive em Goiás e as trouxe no bolso da blusa, plantei no meu pomar e olha aí que maravilha de melancia!
Na casa do Seo Afonso o domingo era dia de festa. Dona Arminda, a mulher dele, preparava o almoço, que era muito simples, mas farto e gostoso. O cheiro da batatinha frita denunciava a obra de D. Arminda pelo quarteirão inteiro e o bife que ela preparava também era uma tentação para os que passavam por ali, pois exalava um aroma convidativo a qualquer mortal faminto.
Atrás da casa do Seo Afonso havia um pomar com pés de jabuticaba, goiaba, laranja e uma mangueira bem copada e que oferecia uma bela sombra para o descanso do Seo Afonso, aposentado da Estrada de Ferro Sorocabana e que roncava à sombra daquela árvore deitado numa rede colorida. Muitas outras frutas eram cultivadas naquele pomar, tinha até pitanga cujas folhas eram usadas para fazer um chá que, segundo diziam, abaixava a pressão arterial de D. Arminda.
Havia também uma área coberta onde fora colocada uma imensa mesa rústica de madeira e cadeiras para todos os membros da família e olha que quando estavam todos reunidos somavam dezesseis pessoas, fora os pirralhos que se assentavam no chão mesmo.
Ouvia-se de longe o barulho da gurizada, as risadas alegres em volta daquela mesa e de vez em quando eu era convidado para almoçar lá. Depois do almoço era servida a sobremesa, quase sempre, frutas do pomar. Num domingo vi cortarem uma melancia enorme. Todos estavam admirados do tamanho da melancia quando Seo Afonso disse que maior era o bolso da blusa dele, pois nele trouxera aquela melancia gigante. As caras de espanto e descrença se multiplicavam até que o Seo Afonso soltou uma gargalhada e desabafou: ___ É que eu ganhei as sementes dessa qualidade de melancia quando estive em Goiás e as trouxe no bolso da blusa, plantei no meu pomar e olha aí que maravilha de melancia!