Não conhecia Capivari até o finalzinho de 1989.
Estava numa fase de definição em minha vida profissional. Havia sido aprovado no Concurso de Ingresso à Magistratura e depois de trabalhar como juiz substituto em Franca fui promovido para a Comarca de Guariba, mas em razão da aposentadoria de um colega, continuei em Franca e de lá fui promovido para a Comarca de Capivari.
Recordo-me que antes de me inscrever para a referida Comarca, consultei o meu amigo Euclides Celso Berardo que havia sido juiz lá. Perguntei se a cidade era boa. Berardo em vez de responder imediatamente me contou a história de um homem que estava passando por uma cidade e viu um velho fumando o seu cigarro de palha e com um surrado chapéu protegendo-o do sol escaldante. O passante perguntou se a cidade era boa e o velhinho respondeu com outra pergunta: __A cidade de onde o senhor em é boa? O caminhante não entendeu e retrucou: ___ O que tem a ver uma coisa com a outra? O velhinho explicou: ___ Se a cidade na qual você vivia era boa, é sinal que você fez amigos e se adaptou bem a ela. Nesse caso, qualquer cidade será boa para você.
Captei a mensagem do Berardo e me inscrevi no concurso de promoção e passei quase três anos na Comarca de Capivari e não me arrependi.
Conheci muita gente maravilhosa e dentre elas posso destacar o Dr.Marino Dal Fabro, Capivariano de coração e que é sem dúvida uma enciclopédia de causos. Ele me contou que no passado, o transporte ferroviário era o meio pelo qual o pessoal se locomovia para Itu e outras cidades da região. Nos finais de semana, a moçada se reunia na estação ferroviária e alegremente se dirigia para os animados bailes com músicas de Orlando Silva, Sílvio Caldas e muitos outros cantores da época.
Conheci muita gente maravilhosa e dentre elas posso destacar o Dr.Marino Dal Fabro, Capivariano de coração e que é sem dúvida uma enciclopédia de causos. Ele me contou que no passado, o transporte ferroviário era o meio pelo qual o pessoal se locomovia para Itu e outras cidades da região. Nos finais de semana, a moçada se reunia na estação ferroviária e alegremente se dirigia para os animados bailes com músicas de Orlando Silva, Sílvio Caldas e muitos outros cantores da época.
Dali surgiram amizades que resistem ao tempo, casamentos felizes e até alguns namoricos que ficaram famosos mas que se esboroaram no tempo.
Normalmente, se reuniam num clube em Capivari e lá combinavam as saídas de fim de semana e os detalhes como local de encontro, horário e etc. O líder do grupo era um cara muito boa gente, mas não era lá muito culto. Certo dia, ele reuniu o pessoal e foi logo avisando: __Pessoal! No sábado estejam todos na gare às dezoito horas sem falta. Vamos ao baile em Itu, mas quem chegar atrasado não vai, pois o trem passa naquele horário.
A reunião estava terminando quando alguém perguntou: Qual o itinerário? O líder da reunião respondeu prontamente: __ Os homens vão de terno e gravata e as mulheres de vestido de festa.
Todos caíram na gargalhada, mas o Dr. Marino, para livrar a cara do amigo remendou a situação. Calma gente! É que o nosso amigo tinha entendido que a pergunta era: __ qual deve ser indumentária?