As badaladas ferem como um punhal

No alto da colina avista-se a igrejinha solitária, razão do porquê desse relato. Numa tardinha de sábado de muito calor fazia jus a estação de verão, esperava no altar quem iria tornar sua esposa, a outra metade da sua vida de verdade. Como a demora diziam fazer praxe do ritual, mesmo nervoso procurava controlar-se. O pároco falou baixinho: “Estão chamando vocês no hospital, a correria foi tanto que quando se deu conta, estava com seu rosto encostado na vidraça da UTI, vendo ela respirar com ajuda dos aparelhos. Não suportou os ferimentos do acidente foi fatal. O destino quis assim, na mesma capela escolhida para a realização do casório, dias depois ocorreu uma cerimônia fúnebre onde ela dava adeus para sempre. Todos pensam que ele esqueceu, porém todo final de tarde ficava sentado naquele ponto estratégico, na esperança de um milagre que ela o chama-se, para realizar o enlace que um alcoolizado não tinha deixado.

Jova
Enviado por Jova em 28/01/2025
Reeditado em 28/01/2025
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