Escolinha abandonada

Lá está ela, cerca caindo com as plantas trepadeiras envolvendo seu corpo, minando sua aparência que um dia foi chamado estabelecimento de ensino. Ao entrar percebi uma invasão de imagens imaginaria revelando um passado bem distante. Sentado consultava a caderneta de chamada, um jovem bem trajado com ar superior bradava compassado cada nome que ecoava nos quatro cantos do quadrilátero da escolinha; deduzi é o professor. Pela organização das carteiras em fila indiana, as vestes dos membros não tive dúvida além de sentarem em duplas uma era masculina, a outra feminina, totalizando mais ou menos cinquenta crianças esperançosas e sedentos em busca do saber. Um barulho no forro já dominado pelos severos cupins, que são insetos pertencentes a ordem Isoptera (iso = igual; ptera= asas), conhecidos também como térmitas, siriris ou aleluias. Voltando ao conto, o barulho que ouvi era uns moradores morcegos certamente fugindo da pessoa não grata vindo bisbilhotar sua moradia.

Já não via aquela bela imagens de outrora, mas a atual onde as velhas carteiras estavam todas empilhadas num canto, a mesa com uma das pernas quebrada encostada na parede, e uma pilha de saco de adubo no central do salão. Mas desperto novamente, ao ouvir abrir a porta ringindo um senhor de chapéu imitando mexicano foi dizendo: “Boa tarde seu moço que faz aqui”? Notei que estava pensado, peguei o larapio! ”. Depois de explicar meu objetivo, mostrando meus documentos, e ainda bem que tinha o amarelado boletim emitido pela diretora daquela época, fui agraciado com um forte abraço bem apertado do amigo agricultor, que me convidou para ir a sua casa, pois seu pai era o professor daquela época.

Jova
Enviado por Jova em 27/01/2025
Reeditado em 27/01/2025
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