A MISTERIOSA TAPIRAIAUARA

Em Novo Aripuanã, em uma comunidade chamada de Marajá Grande e denominada pelos índios por Macurani morava um senhor conhecido por Pachico. Ele caminhava em um varadouro, por horas, até chegar ao local conhecido por “Lago Grande”.

Quando chegava ao local desejado, armava a tapera e saia a pescar e caçar. Numa noite de quaresma, ouviu um barulho estranho, como um estrondo, e um vendaval que arrepiou os pelos do seu corpo.

Em uma escuridão sem fim, acendeu a lamparina e pegou a espingarda e a lanterna para ver o que estava acontecendo. Pachico saiu à procura do estrondo e adentrou na mata, mas o medo lhe fazia tremer as pernas e ranger os dentes. Logo percebeu que estava na beira do “Lago Grande” e avistou uma onça de enorme tamanho e aproximou-se para tentar matá-la.

Preparou a espingarda e fez a mira! Entretanto, a lua surgiu, como nunca havia saído em outras noites, e o reflexo dela no lago o fez notar que a tal onça, não era onça, tinha um corpo de onça, mas rabo e patas de cavalo, orelhas grandes de abano e longas presas. E para seu espanto viu que saia fogo da enorme boca da criatura.

Rapidamente, Pachico tremendo como uma vara verde na correnteza preparou novamente a mira e atirou! Mal tinha disparado, botou outro cartucho e num piscar dos olhos o animal nunca avistado antes sumiu. Pachico olhou para os lados e deu de ombro ao lago e como um flash de luz correu para sua tapera.

Depois de rezar alguns “Pai - nossos” e várias “Ave Marias”, lembrou- se da história que seu avô contava quando era curumim. Da onça enorme com patas de cavalo e orelhas de abano chamada TAPIRAIAUARA, que devorava caçadores que adentravam a mata em busca de riqueza. Quando amanheceu, Pachico arrumou seus materiais e voltou para a Comunidade e nunca mais voltou para aquele local.

Gilmar Palheta
Enviado por Gilmar Palheta em 30/12/2024
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