Lino quer facilidade um conto épico
Era um escorado, a familia o acostumou assim, queria café da manhã, estava na mesa, sequer se exigia ajudar nas lenhas, hora do almoço, tudo à mão, sem necessitar ajudar na colheita, ou caça...
Sobrava-lhe Tempo livre, da manhã, da tarde, e até de parte da Noite, o que lhe fazia criar fantasias delirantes em torno de sí próprio, acreditava influenciar no Clima, na chuva, no vento, no calor, ou no frio, aos poucos foi se tornando Narcisista, egocêntrico e Mitômano.
O esforço alheio, a ele, era não reparado, e não demorou muito, pra imaginar que os outros teriam obrigação de o servir, e satisfazê-lo em suas necessidades.
Os familiares foram ocupados demais, e descuidando a Orientação do mais novo dos filhos, o "Caçula", e, foi crescendo achando que ele não precisava de muito esforço, para obter o que queria,
Chegou a Adolescência, a Puberdade, e, nenhuma noivinha nova o tolerava, tornou-se também machista e prepotente, só pensava no seu lado.
Intransigente a todo conselho útil, em quase tudo, imaginava ter a razão suprema.
Com o Tempo, ficou de favor, numa parte do terreno de um dos irmãos, não pagava nem luz, nem água, muito menos aluguel, e, sequer precisou pagar, pra obter tal lote.
Soube dos terrenos desse irmão que tinha, proprietário de algumas Terras, e, ao invés, de ver que gastava mais água , e recursos, que todos os demais, que só tomavam um banho, e mal lavavam roupas e louças, almejava, imaginava, ter Direito de mais alguma das propriedades dos arredores por suposta "Herança", os irmãos de Lino, algumas vezes, abriam o chuveiro, após chegarem pachorrentos do Trabalho, e Lino, havia gasto mais água, que os três outros terrenos, nada saia do chuveiro, iam lá, e ligavam a bomba novamente, Lino sequer fazia isso, muito menos ajudava no reparo e Administração dos aparelhos, e pátios dali.
Só pensava em tomar banho de banheira, vasta, e lavar o piso que seus diversos cães e gatos sujavam.
Além de desperdiçar muitos litros de água, cada vez que lavava seu carro e moto, quais ele trazia imundos de lama, das trilhas que fazia nas montanhas.
Se imaginava o mais culto dos arredores, vomitava Filosofia, e corriqueiramente, rotulava as pessoas de "Incultas" ou desinformadas...
Enfim, Lino havia se acostumado tanto com parasitar os demais, que sequer notava seus próprios defeitos, e apenas imaginava, ter mais Direitos.
As leituras e mais leituras de livros, o faziam, imaginar-se "superior" aos demais.
E seu cotidiano,
Como se os outros o devessem favores.
Mas Lino precisou enfrentar o "duro" da Vida, e da pior maneira possível, despertar de sua Vida de folgado,
Um dia, os irmãos precisaram fazer uma reforma emergencial, nas propriedades, e, exatamente o valor da parte do terreno que Lino ficava, era o que salvaria a Economia da Familia, num cobrador repentino, que surgira, e, não pensaram duas vezes, a fim de preservarem o bom nome da Familia, perante aquele fornecedor relevante, de adubos,
Lino precisaria voltar, e mais nada achar dele, no terreno que imaginava ser dele por Mérito.
E assim se sucedeu,
Lino retornou, e o terreno estava limpo, suas coisas, que na realidade, jamais tinha conquistado por esforço próprio, todas sumiram, e a casa antes ali, transportada e vendida.
E foi assim, que Lino, com o Tempo, acordou para a Realidade crua da Vida.