Os Três Patetas ibgeanos que deram certo - 1970 a 2020!
Em agosto de 1970 na cidade de Jandaia do Sul PR havia muita fartura das lavouras: café, milho, arroz, feijão, em maior escala e, trigo e soja, em menor. Não havia cana-de-açúcar industrial, mas as cultivadas para rapadura e aguardente em pequenos alambiques, uns quatro talvez! A cana forrageira ou forragem era para os animais, notadamente do gado bovino.
Daí ocorreram as inscrições para o X Recenseamento Geral do Brasil e no Dingo Bar, ainda do Darcy Junqueira, o chefe da Agência do IBGE local, senhor Antonio Jorge de Azambuja e Souza perguntou ao Darcy: - você não tem aí no snooker uns “vagabundos” para fazerem o Censo Demográfico, a partir de 1º de setembro? Mas têm que fazer inscrições a partir de segunda-feira.
E o Darcy respondeu: -aqui tem o Naneu, o Ponga, o Gabiru!
O Azambuja: -servem sim, mande-os lá na Agência.
Só sei que dessa leva de candidatos a Recenseador, jovens estudantes, normalmente, que fizeram as inscrições e o teste escrito, passaram: Enio de O. Almeida (do Quinzinho), Koji Wada, Valdir Monfredinho, Ivo Monfredinho, Nilson Maximiano de Oliveira (Gabiru) Berenildo Fernandes Chagas,(Berê) Túlio José Cappi (Naneu), Adiones Gomes da Silva (Ponga) e mais uns dois ou três!
Muitos desses também trabalharam, no ano seguinte no Censo Agropecuário 1971-ano base 1970.
Quero focar nos últimos três da lista: Berê, Naneu e Ponga, pois o Gabiru chegou a trabalhar depois em pesquisas amostrais de domicílios como a PNAD/72, mas não vingou!
Como os melhores classificados do CD/70 pegaram , à sua escolha, os melhores setores urbanos ou rurais mais populosos, o Berenildo pegou o seu, o Túlio ficou de Auxiliar Revisor do Censo e adjunto do Chefe de Agência, o Adiones, como pegou pelo rabo a classificação, ficou com a área urbana do Distrito de São José.
Lembro-me que os demais ganharam CR$200/300 e até 500,00, pois tinham direito a terminar setor que outros desistiram, eu o Adiones CR$57,00, para recensear exatos 200 habitantes! Mas que deitava no oitão da Igreja São José dormia após comer pão com mortadela e tomar tubaína, ah isso sim! Levei um mês de trabalho, sendo que me lembro de ter recenseado uma velhinha de uns 100 anos e tive que usar um cone para falar alto com ela! Mas as vizinhas ajudaram a responder, provavelmente o questionário da Amostra de 20%, isto é, de cinco domicílios um era questionário maior, mais perguntas, os outros quatro só perguntas básicas como nome completo, idade, escolaridade e ocupação laboral.
Já no Censo Agropecuário - 1971 - ano base 1970, lá pra junho ou julho, seguindo a mesma rotina, fui bem nos testes, mas como era um dos que estava cursando o Colégio Comercial o Azambuja me resguardou para os Censos Comercial, Indústria e Serviços - 1971 - ano base 1970 que se avizinhava, com balanços encerrados das empresas constituídas e as entrevistas com aquelas não constituídas, como Institutos de Beleza, pequenas Oficinas Mecânicas, Barbearias e Cabeleireiros, Fábricas de Balaios, etc.. Mesmo o Túlio me ajudando no final, ganhamos mais de CR$ 8.000,00 (oito mil cruzeiros), já ele, o Túlio, ficou com uns CR$2.000,00 (dois mil cruzeiros)!
Compramos até um automóvel do João Ribeiro Leal, protético (,finado João Kaloré), nada demais que o chevrolet inglês era oum Washall ano 1951, automático, motor fraco que andava só à base do óleo B2. Na semana que ficava com o Túlio, o seu piloto era o Dito Cavazzana, quando ficava comigo era o Edmilson de Araújo (filho do Senhorinho)!
Aliás, no início de 1972 iámos para o Paraguai, Salto Del Guaira, levando o mecânico Maurício Delalíbera de piloto e na subida de Mandaguari, o velho Washall bateu bielas legal, acabando com o sonho de trazermos perfumes e bebidas como o famoso uísque White Horse e o menos Grants! Ainda bem que o “tomóve” travou logo ali e para desfaze-lo trocamos em uma guitarra, um galinha e cinco pintinhos, com o saudoso mecânico Deodato Fantim! Eheheheh….ahahahah!
Passada essa fase, que quase quebramos e juntos com o Nilson M. de Oliveira e o Berenildo F. Chagas fomos para Curitiba para instruções da PNAD/72 – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Lembro-me que nas horas do almoço e do jantar, o Nilson e o Arnoldo (Londrina), sentavam cada um na ponta das mesas ajuntadas e alí ficavam os bifes! Era Coord.da PNAD/PR: Elias Esperidião Abrão.
Voltando para as Agências do IBGE, a de Jandaia do Sul ficou responsável pelos municípios selecionados pelo IBGE/RJ: São Pedro do Ivaí, Barbosa Ferraz, Maringá, Floraí, Japurá, Alto Paraná, Paranacity, Tamboara e Paranapoema! A maioria das vezes o Azambuja levava nós quatro de Rural Willys, “mula manca”, isto é, tração em duas rodas, passávamos na Ag. Do IBGE em São Pedro do Ivaí e o chefe e Prof. José Pedro Bueno de Meira, o Meira hoje em Curitiba, para mostrar os setores da sua jurisdição: São Pedro do Ivaí e Barbosa Ferraz. O Distrito de Corumbataí do Sul ainda não tinha sido criado município!
Eu, Adiones na área de Tereza Breda perdi uma pasta de fibra com todas as folhas no estradão para São Pedro do Ivaí, após carona com o Toyota leiteiro da COLARI, num dia e chuvarada, pois as pastas e mochilas ficaram em cima da carroceria, vazando pelo vão! Depois na outra semana, refiz o início da coleta do setor e aí um menino disse que achou a pasta! Agradeci e dê-lhe uma boa gorjeta do meu bolso, logicamente!
Ainda em Tereza Breda, zona rural, recenseei uma família de 22 pessoas, o Chefe e a esposa, com 20 filhos solteiros não gemelatos, o mais velho 20 e o mais novo 1 ano de idade! Não havia quase televisores... e, cada trovoada era um! Só aí dá uma duas páginas de conversação, mas ficou na memória! Idem, a pensão que ficava em Tereza Breda´, após os términos dos trabalhos, a dona matou o marido a machadadas, conforme noticiou as rádios da região, principalmente a Guairacá de Mandaguari, de longo alcance até hoje!
Quando das Entrevistas, também por amostragem, ainda na zona rural de do Distrito de Tereza Breda – município de Barboza Ferraz, o Estatístico Senhor Antonio Macine Mazalotti e Supervisor da PNAD/DEL.IBGE/CURITIBA ficava só na direção da Rural Willys, a “mula manca” e na atualização dos mapas, principalmente registrando os pequenos riachos, córregos e ribeirões, as novas estradas, dando nomes aos picos, etc.. Certa vez nessa região uma senhorinha, mais ou menos às16h perguntou se queríamos almoçar e, nós com a fome de “sessenta cavalos”, dissemos sim! Ela esquentou uma quirera de arroz, um feijão com mistura (carunchos), um ovo caipira frito e uma caneca de café pra cada! Comemos, agradecemos-lhe e saímos sorridentes com a barriga cheia! Aí senti firmeza no meu chefe imediato: “o Maza”! Quando recentemente faleceu em Curitiba, escrevi isto com quase as mesmas palavras, enviando as condolências aos familiares e milhares de amigo(a)s!
Em Floraí, serviços de listagem em duas áreas A-B do mesmo setor, zona rural do Ribeirão Genúcia (oficial, porque os mineiros e italianos locais falavam “Renúncia”), serviços de listagens (tomada de endereços, descrição dos Domicílios Particulares e nomes dos Chefes dos mesmos), fi-los em um dia, andei da sede até a divissa de São Carlos do Ivai, costurando, e retornando pelo estrada de areião, até Florai chegando ao Ritz Hotel às 23 horas. Serviços de fazer em três a quatro dias, fiz em um e, como o Azambuja, com a “mula manca” não me encontrou, voltou para o hotel. Naquela noite, me lembro, a dona perguntou se queria jantar e sem tomar banho, muito cansado jantei uma sobrinha de arroz, um bife sola de sapato e um ovo frito e cai na cama dormindo com o quarto aberto e luz acesa! Tomara eu ver, andei só uns 60km e na terça-feira, oito horas já retornamos para Jandaia do Sul! Quem mandou eu ser “puta nova” no IBGE! Eheheheh…ahahahah!
Em São Pedro do Ivaí, o Azambuja me deixou (Adiones) em um setor no Bairro 14, á tardezinha, já no lusco-fusco, eu ia saindo no carreador a cerca de 50 metros, mas o Chefe não viu e retornou com a “mula manca” para Jandaia do Sul. Como escureceu rápido e não consegui carona, dormi debaixo de uns pés de café bem onde era uma guarita de ônibus, ao lado da matinha! Matinha esta, onde o finado “Capela Taxista, o filho, matou, em legítima defesa um assaltante de seu dinheiro e do automóvel Aéro Willys, mais ou menos nessa época, isto é, há cincoeta anos!
No final de 1972, o Nilson (Gabiru) foi dispensado porque tínhamos que fazer as folhas de coleta dos setores selecionados pelo Rio de Janeiro em três vias, sem carbono: via do Rio de Janeiro– via de Curitiba – via da Agência, mas quando o Nilson escrevia, era Deus e ele, depois só Deus entendia, uns garranchos só!
Daquelas bandas de de Paranapoema, Paranacity, etc, temos histórias! São Pedro do Ivaí, idem!
Uma vez em Paranapoema, eu, Adiones, perdi o último ônibus da Viação Andorinha ou Expresso Maringá para retornar à Jandaia do Sul, com baldeação em Maringá! Andei um bom bocado na estrada de areião, até Inajá, depois altas horas peguei carona com caminhão boiadeiro até Paranavaí onde posei no hotel. Depois Maringá e origem. Noutra oportunidade, o Túlio e eu, voltando de Paranacity com pouco dinheiro, pois ficamos uma semana por lá, chegando em Nova Esperança arriscamos o pouco que tínhamos no jogo de vida de sinuca para completarmos até Maringá e Jandaia do Sul. Perdemos tudo…! E daí, para dormir e viajar? Dormir, dormimos nas arquibancadas do Estádio do Nova Esperança, dinheiro o Prefeito local nos arrumou!
Já em 1973, Fizemos a PNAD/73, pela Ag.do IBGE em Apucarana: Apucarana, Arapongas, , Cambé, Astorga, Califórnia, Florestópolis, Jaguapitã, Curiúva e Grandes Rios. Portanto de Jandaia do Sul foram o Berenildo, o Túlio e Adiones, os “covers” dos Três Mosqueteiros!
Também temos histórias dessas bandas!
Astorga, nessa época já tinha Agência do Banco do Brasil, Jandaia do Sul não, a Prefeitura ficava em cima de uma lâmina dágua, município em pujança, cafeeiro, industrializando-se, iniciando-se, também, nos hortifrutigranjeiros, granjas de galinhas poedeiras, campeão mesmo, haja vista que o Ch. do IBGE em Londrina, o José de Gouvea, exigiu que colocássemos e, com razão, os dejetos das mesmas com valores monetários nos questionários, das pesquisas e dos CAs! Em Cambé o Adiones teve a 2ª vez barrado por uma informante (a 1ª foi naquela família de 22 pessoas, em Barbosa Ferraz-1972), mesmo mostrando a carteirinha com foto e logo do IBGE, os documentos de identificação, a senhora ligou pra polícia civil, a viatura veio, de-lhes o telefone da Ag.de Apucarana e de Londrina, checaram e a informante, deu só o nome do chefe do domcílo pois era só a etapa de listagem, para uma segunda fase, a de entrevistas nos domicílios selecionados pela tabela de números aleatórios, que determinava o intervalo dos mesmos, ex.: selecionado o intervalo de 5, para o Dom.Part. nº inicial 2, depois 7, depois 12, …,intervalo 8 e Dom.Part. e nº inicial 1, depois 9, depois 17, …!
Em Califórnia, o Túlio teve uma pretendente, mas correu quando viu como a “brother” fazia o café e nos oferecia! Eheheh...
Em Florestópolis e Jaguapitã, grandes Fazendas de Cana-de-Acúcar para a Usina de Bandeirantes, fazendas estas Porta do Céu, São Paulo, Santa Rosa, etc.! Todas iluminadas e com mais instrumentos sociais como igrejas, escolas, botecos, sedes com escritórios, etc.! Às tardes comíamos rolinhas e pombas do ar fritas com o pessoal das “colônias”, dando uma beiçada nas cachaças, que ninguém era de ferro!
Já em uma viagem a Grandes Rios com a viatura sendo dirigida pelo Berenildo, depois de atravessarmos a ponte do Rio Alonso (muitos da região chamam de Rio do Peixe) a mesma veio a quebrar! O chefe de Apucarana, na época o Tomás de Gouveia (filho do Gouveia de Londrina) mandou um guincho busca-la, e o nosso Supervisor da PNAD era o Cícero, pediu-nos que prosseguíssemos, sem viatura mesmo! Fomos de carona até Grandes Rios, acomodamos e almoçamos no hotel e depois partimos de carona em uma pickup Ford Willys boiadeira para os setores! Lembro que havia um terceiro elemento e amigo “pnadeiro” o Antonio Fávero Sobrinho, prof. de Geografia, depois de residir muitos anos na Rua Eurilemos – Arapongas, mudou-se para Brasília, também trabalhar como professor! Nessa epopeia tiramos fotos com uma “kodakinha”, tanto da tentativa de fazer a Rural pegar pelo Berenildo, quanto da pickup boiadeira partindo para os setores, todos saboreando picolés chapéus de palha, mas o Berê tampou o rosto com o dele! Tenho fotos, em preto e branco, arquivadas no álbum de lembrança! Eheheheh…ahahahah!
Ainda em Grandes Rios, onde trabalhamos nos Bairros e Distritos: Rio Branco, Rio do Tigre, Rosário (nem Distrito era e sim simples povoado, melhor que a sede diziam…), Água da Escrita, Água Amarela, etc.!
Lá em Rosário, o Sr. e Delegado Pedro Guimarães, saudoso amigo e pai do Elton que estudou o Científico em Jandaia do Sul nesta época 1971 – 1973, arrumou alojamento para nós! O senhor Pedro também tinha o melhor Bar e Sorveteria do povoado!
No Rio do Tigre, no famoso “Setor 30” que tinha uma extensão de quase 100km2 (10.000ha ou 4.132 Alq.Paul.) trabalhamos em dois, tanto na Listagem, quanto nas Entrevistas, haja vista que, por ser muito grande o setor, correríamos o risco de um se perder no meio das posses da Fazenda Klabin – Celulose! Eu, Adiones trabalhei mais com o Berenildo e, posso afirmar que eu bebia muita água naqueles ribeirões, naquelas minas, o Berê, não! Aguardava chegarmos nas vendas e bodegas com geladeiras à gás para tomarmos Coca-Cola e comermos “sanduba” de pão com mortadela e, quando não tinha outro “refri”, batíamos de tubaína, mesmo!
Noutra ocasião chegamos num domicílio selecionado e só estava a esposa do chefe em casa, entre tantas perguntas, perguntamos duas inesquecíveis : a naturalidade (Município e UF de nascimento) dela e das demais pessoas e como era a exploração da terra – Proprietário – Arrendatário – Parceiro – Ocupante (posseiro, cessão, etc. ?
Na primeira resposta ela disse de todo(a)s e dela: nasci em “sanjonbruceno”! Onde, tornamos a perguntar! Em “sanjonbruceno”, respodeu ela! Por três a cinco vezes!
Até que o Berenildo e eu ajudamo-la: -a senhora nasceu em São João do Nepomuceno MG ? Sim, é esse mesmo, disse ela!
Depois, a mais emblemática resposta e como exploravam a terra; nós compramos a frente da polaca aqui…! Senhora, vocês são proprietários, arrendatários, parceiros, posseiros ou ocupantes (invasão, doação, etc.) ? E, ela: -nós compramos a frente da polaco aqui! Com muito custo deciframos, com sua concordância, que eles compraram a posse ou direitos do “taião” de uma outra polonesa ou ucraniana da região! Daí assinalamos “Ocupante”, por não ter título de proprietários e as terras eram da Klabin Celulose (sede em Telêmaco Borba PR). Ah, tinha na região tantos posseiros que plantavam feijão, arroz, milho e mais milho e, na época da colheita, dobravam a safra de milho e soltavam os porcos para se alimentarem! Verdade…!
Ainda as façanhas de Grandes Rios, mas precisamente no Bairro Rio do Tigre, quase na divisa com Cândido de Abreu. Ficamos numa “pousada”, que no térreo era bodega e na parte de cima ou sótão dois quartos com duas cama cada e só uma janela, construção alemã! E não é que certa vez o Berenildo alegou que não dormiu a noite porque o ar se deslocou! A janela ficou aberta…! Eheheh…ahaha!
Eu sozinho num pequeno setor, fase de Listagem, deparei-me com uma mulher socando arroz no pilão, ou milho, sei lá, nova pressenti e, perguntei-lhe (sem ser a fase de Entrevistas): -esses cinco “piás” são seus filhos homens ? Sim, são, respondeu ela! Disse-lhe e também perguntando: -a senhora é nova, quanto anos tens? Tenho 16…!
E arrematando, disse: -senhora não toma preservativo, pílulas para parar de ter filhos ? E ela, aqui na rocça não tem disso não e só vou parar quando nascer uma menina pra me ajudar na lida casa Não sei oque aconteceu nos anos seguintes!!!
Também cheguei numa casa de pau-a-pique e coberta parte com sapé, parte com tabuinhas e o Chefe ordenou que os filhos ficassem lá dentro porque o "home" do Recenseamento estava ali para requisita-los para o Exército, tempos de guerra, etc.!
Nem precisa, disse-lhe: - é só seu nome, o endereço aqui da estrada, a descrição do domicílio, da casa, do rancho, etc., nesta fase da Listagem! Depois, sim, se a sua “casa” for selecionada para Entrevistas (na 2ª fase)! Ok ? Tá bom, respondeu.
Uma vez eu fiz entrevistas em setores za rural de Rosário e nolta para a sede da Ag. em Apucarana ocreram muitas chuvas derrubando quase todas as pontes! Fui pegando caronaponte caída à ponte caída ou andando a pé, com as outras pessoas e, ali no entrocamento do Posto da Benzedeira ou Benzendor, na linha do Rio do Tigre – Grandes Rios, um “magote” de homens e mulheres pegaram carona com um caminhão de cerveja, lonado, que foi até Ponta Grossa, via Distrito de Mauá da Serra (ainda não era município e pertencia a Marilândia do Sul)! O motorista nos deixou em Mauá da Serra porque tinha rodoviária e não podia trasnportar pessoas pela Rodovia BR-376 – Rodovia do Café! Aliás, arriscou a pele trazaendo-nos de tão longe, por roddovias estaduais, mas asfaltadas, no maior trajeto! Ali na “rod}o” peguei carona para Apucarana com uma pickup Toyota da Café Cotam e, chegando em “Apuca”, na boca da noite peguei um ônibus para Jandaia do Sul, local de minha residência! Após uns 15 dias fora, ilhado lá em Grandes Rios!
O motorista do Café Cotam era o Carlos, depois veio ser gerente no Supermercado Luzitano aqui em Jandaia do Sul, é nosso amigo aposentado, também, e está residindo aqui há uns 45 anos, à Rua José Francisco Borges.
Naquela época encontrávamos muitos domicílios que chovia mais dentro que fora e, nas Listagens ou Entrevistas usávamos muito o guarda-chuva, mesmo dentro das Unidades Habitacionais! Já cafés e chás era de encher e sair balançando o bucho!
Lá na divisa com Cândido de Abreu haviam e há até hoje, logicamente, os famosos paredões margeando os rios e, onde as onças rugiam à noite!
Mas, em tempo, já em Curiúva, a terra do carvão mineral, o Berenildo e eu Adiones, sempre juntos com a “mula manca” sem perder e, certa vez descemos num morro, tipo serrote: -Berenildo, lá em baixo tem domicílios, olhe a fumaça! Alertei-o!
Já era tarde do dia, o tempo formado à chuva, deixamos a “mula manca” lá em cima e descemos, "corcoveando" o morro! Uma meia hora para descer e uns quarenta minutos para subir e a chuva já chegando das bandas de Londrina e, se chover com tração em duas rodas, não sairemos daqui, ponderamos!
Lá em baixo encontramos uma aldeia de umas trinta pessoas, homens, mulheres e crianças, eles barbudos e tinha o Chefe,com quem falamos e, ainda bem que era só a fase de Listagem e não caiu nenhum domicílio selecionado para entrevistas naquela clã! Se houvesse, voltaríamos com prazer e tranquilidade, haja vista que pegamos confiança com o Chefe! Era o nosso dever!
As pessoas quase não saiam para a cidade de Curiúva ou outra, a não ser o Chefe ou em companhia dele!
Estas são histórias verídicas e, só não estando mais entre nós para contar o Azambuja (Zamba, em Out/1988) e o Nilson (Gabiru, falecido há uns oito anos ), o Elias Abrão, o Mazalotti, idem! Já os colegas Antonio Fávero Sobrinho e o Supervisor Flávio, por Apucarana, não temos ciência das suas existências! Pedimos, neste ato, informações aos colegas ibgeanos que os conheceram ou aos que os conhecem!
Este é um “resumão” do Adiones que se aposentou em Fev/2011, do Túlio em Ago/2014 e do Berenildo em Dez/2020.
Aceitem minhas escusas! Só ia escrever umas duas páginas…!
Jandaia do Sul PR, em 03 de abril de 2021.
Autor: Adiones Gomes da Silva, vulgo Ponga.