Os Censos Econômicos do IBGE de 1971 – ano base 1970
Após o Adiones ou Ponga ter trabalho no Censo Demográfico de 1970 e ter ganho uns trocados, mas continuou com padeiro e estudando, agora 2ª série do comercial ou o curso colegial, antigo!
Aí no meado de 1970 o IBGE lançou, a nível de Brasil, a 2ª parte do Censo Geral: Os Econômicos Industrial, Comercial, Serviços e Inquéritos Especiais (esses coletados só na respectiva matriz, como bancos, seguradores, etc.). O Azambuja, ex-chefe da AME do IBGE falou incisivo e procurou o Adiones Gomes da Silva, um dos únicos que estava cursando a escola técnica comercial (CECJS) e disse assim, após consulta: queres fazer todo os CEs de 1971, base 1970, de Jandaia do Sul? Respondi-lhe: sim. Só fui receber instruções em Maringá e “pá e bola” e “ripa na gorduchinha”, expressões pop! Aí conciliava padeiro e coleta dos questionários I-C-S junto aos contadores, levando com isso uns três meses; às vezes os informantes davam aquela enrolada, demoravam devolver após várias remarcações de prazos! Era muita coisa para um recenseador só, porque todas as atividades I-C-S, urbanas e rurais. Mesmo sem ter registros contábeis, preenchiam questionários. Exs.: sapataria consertos, “institutos de beleza”, etc.! Então, o seu Antonio Azambuja pediu para o Túlio José Cappi, que era auxiliar da Agência, ajudar e receber pelos questionários de sua responsabilidade, na coleta e crítica dos mesmos!
Resumindo, terminado os trabalhos e fechando os Censos no nosso município ganhamos cerca de Cr$ 8.000,00 (oito mil cruzeiros), sendo uns Cr$ 5.600,00 meus (70%) e Cr$ 2.400,00 do TúlioCappi (30%, ).
Ficamos “ricos” e compramos um Washall, chevrolet inglês todo automático, do João Farmaceutico de Kaloré, por R$ 2.500,00! Mas, inexperientes e sem CNH não dirigíamos: era o finado Edmilson M. de Araújo (Edmilson da Bateria do Angelim Zanardi), o meu piloto; o do Túlio era o finado Benedito Cavazzana (Dito Peludo)! Iámos a todo canto jogar snooker, principalmente Mandaguari e Apucarana, mesmo com o motor do “possante” meia boca, movido mais a B12 que à gasolina! O finado Edmilson e eu frequentávamos o Bar do Japonês (cunhado do Jorge e do Nelson Balieiro); lá comíamos sardinhas frescas e fritas na hora e, dê-lhes cervejas! Depois íamos arrematar no antigo Posto Caçula ou no Bar da Lavínia (ambos ZBM)!
Ah, certa vez resolvemos viajar ao “estrangeiro” (PY) para comprar os whiskys da moda, o White Horse e o Grants, perfumes, calças Lee Riders, etc..
Abastecemos o “poizé”, oleo grosso B12, calibragem dos pneus e, Salto Del Guaira - Paraguai...! Não passamos de Mandaguari, o “borrachudo” resolveu bater bielas! E, olhem que além do Dito Peludo, levamos também o piloto e mecânico Maurício Delalíbera, para quaisquer eventualidades! Eheheh...
Deixamos lá o “tomove” e voltamos de jardineira do tio Garcia! Os dois sócios trocaram o Washall numa quitarra elétrica, uma galinha e dez pintinhos, com o mecânico Deodato Fantin, que depois consertou e vendeu para o funileiro Argeu Siaticowisk, depois este repassou para o Gil Farmacêutico (Farmácia Santo Antonio, dos srs. Lázaro de Paula Rodrigues e Mário Sabag) e depois...
Moral desta história: quebremo-nos!
Autor: Adiones Gomes da Silva, o Ponga - titular cadeira nº 36 da ALACCNP.