O mal-assombro do riacho
Em um pequeno arruado no interior do nordeste, existia uma lenda sobre um tal mal-assombro que assustava as mocinhas que passavam na ponte do rio tarde da noite. Mas Rute não tinha medo de nada, e sempre saia sozinha para festas na cidade. Certa vez, voltando de uma dessas festas, ela passou pela ponte e sentiu um vento gelado no cangote, como já estava chegando em casa, apressou o passo, mas parou de novo quando ouviu um assovio, desses que arrepia até o final da espinha. Rute, muito corajosa, fez ouvidos de mercador e continuou andando. Quando olhou para as águas do rio, podia ver um vulto branco andando por cima das pedras, vendo aquilo ficou assustada e começou a correr para casa, mas quando deu por si, viu o mal-assombro na sua frente, e deu um grito tão alto, mas tão alto, que a até a alma penada correu. Dizem os mais velhos que desde esse dia o tal vulto nunca mais apareceu, e Rute, que sempre foi valente, não saía mais de casa, a não ser quando o sol ainda raiava na rua.
(17/11/2024)