Ela e sua boneca
Era quase 6 (Seis) horas, já se encontrava na varanda balançando a boneca de pano.......
A manchete daquele jornal dizia assim: “Fatalidade nesta estrada apedregulhada o destino ceifou a vida de um anjinho que estava no colo de sua mãe.......”.
Passado tanto tempo o choque congelou a realidade permitindo fantasiar, destorcer os fatos. Na sua tela imaginária o bebe está chorando, precisa ninar acalma-lo e fazer dormir razão pela qual não consegue enxergar o ocorrido. Depois de tantas repetições o cansaço leva a sentar, encosta na cama e adormece, a cuidadora joga uma manta sobre seu corpo e retira a boneca que está ao seu lado pondo encima de uma velha cômoda. Na sala um retrato do casal pendurado na parede mostra um casal feliz esperando a cegonha chegar contrastando com fraco feixe luminoso de um sol que agoniza naquela tarde de verão, o marido enxuga os olhos ao recorda o dia que tiraram aquela foto.