ZéZico, João, Na Caça E Pesca

ZéZico e João, saíram para uma caçada ou pesca, o que daria do melhor.

Armados até os pescoços, tinham todos os equipamentos precisos para atravessarem a noite, a busca dos que estivessem no caminho, com o objetivo dos alimentos fartos na região, que escolheram para tal.

A caça, a princípio parecia legal para os jovens, então, na faixa dos seus um ponto sete, ao menos protegidos pelos moradores, e donos dos sítios e chácara nos arredores.

João era mais técnico nas artes.

ZéZico, no entanto, bem desnivelado de tudo, onde qualquer movimento, lhe parecia novo, e pronto pra sair da rotina, ou do protocolo.

Silêncio é o que menos pontuava, principalmente quando se mais precisava.

Tudo era diversão, virado na zoação, e até incomodar o concentrado João, lhe parecia legal.

Não chegado aos pés da noite, eis que ZéZico sentiu algo diferente no seu ambiente de avanço, enquanto João em outro lance, preparava uma armação a outro alvo de melhor proveito, até imagino, se afastando um pouco do espevitado companheiro.

E a cada passada entre moitas; gravetos; galhos; sobe e desce, sentia mais forte aquela sensação apresentada, mas como nunca tinha passado por isso, e muito menos se atentava no que estava fazendo, o que tinha era berrar, se agarrar nas árvores, enfim, desmobilizando quem quer que fosse, no intuito de assustá-lo ou até tê-lo como jantar.

Na última feita, a desconfiança mais efetiva, foi quando, com a espingarda em punho, olhando para frente, pronto para embate, nem sabido com quem, no seu estilo generalista, não identificava de onde vinha o incomodo intuitivo, mas não lhe custou se fingir de conhecedor.

Bem nesse momento, sentiu uma sensação nas suas costas, subitamente deu um pequeno pulo pra frente, não antes de sentir uma roçada no pescoço, quando, então imediatamente retrucou:

- Não faça cócegas, João!...

João veio do outro lado, se aproximou, atendendo bem mais tarde, sentindo uma agitação diferente no amigo.

Bons metros adiante, ouviram um barulho fora da normalidade, e após uma galhada verde, curiosos, avançaram sorrateiramente, abrindo os arbustos de modo mais cuidadoso possível, até presenciarem o inusitado:

Uma jaguatirica de costas para eles, ameaçava felinamente, em pequenas investidas simulava ataques, qual se estivesse dominando a presa.

E isso se repetia por várias vezes.

Para encurtar a história, a situação ficou exata, e inequívoca para aquele ensaio tardio, por um bicho, entendidos aos olhos pasmos, bem avançado para sua idade.

A verdade é que o danado, em várias tentativas, falhara em seus intentos quando, deveria, por sua experiência, então, escolhendo um local ideal, visando seus aprimoramentos, concatenando táticas, e a posterior, extirpar o seu motivo da frustação, com o ZéZico goela adentro.

Sebos nas canelas; asas a quem quer voar; habilidades aos tentos dos espertos, num pé e no outro sem mudar seus traçados, esbaforidos, entrando na picada maior, onde por medidas de segurança dos animais domesticados não atacariam, eles já respiravam aliviados.

Conta-se na região, que depois deste episódio, nunca mais se falou, ouviu, nem serem vistos, para praticarem da façanha.

José Corrêa Martins Filho
Enviado por José Corrêa Martins Filho em 18/09/2024
Reeditado em 19/09/2024
Código do texto: T8154425
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.