Embrião do preconceito
Em uma pacata cidade do interior do Nordeste brasileiro a população padecia com muitos males. O pior deles era a sede. Não se sabe onde ao certo. Só se sabe que apresentava bem a estrutura social daqueles tempos. Na época em que a escravidão ainda era permitida e existia poucas famílias que possuíam escravos para fazer os trabalhos pesados.
As principais autoridades da cidade eram o padre, o prefeito e o delegado. Ou seja, a religião ainda era a mola que proporcionava uma justificava a qualquer tipo de ação. Abusiva ou não.
Certo dia, um negro de uma dessas famílias teve a brilhante ideia de construir uma parede, para que a água da chuva não escoasse para o rio. Surgia assim o modelo de açude, que ainda não tinha sido criado.
No início, todos ficaram imensamente felizes com a iniciativa. E todos na cidade passaram a elogiar o escravo negro. Seu nome ficou conhecido entre todos da cidade e lugares próximos.
O padre da cidade, depois de algum tempo “matutando” sobre o assunto, chegou para o prefeito e disse:
_ “Olhe, o que esse escravo fez é pecado. A água da chuva não pode ser impedida de ir para o rio. É assim que Deus quer. Isso é uma heresia.”. O prefeito pálido, ficou sem argumentos.
Ele e o padre foram juntos até a delegacia e disseram ao delegado, do “crime” que o escravo teria cometido.
Para mostrar a sua autoridade e não entrar em desacordo com as figuras ilustres da cidade, o delegado prendeu o escravo. Onde passou o restante de sua vida na delegacia. Seu crime? Ele teria desejado “alterar” a vontade de Deus.
Desta forma, o povo voltou a passar sede e fome. Simplesmente, por causa da ignorância daqueles que estavam no poder público do seu tempo.
Nota: O fato, foi relatado por um amigo. Mas depois de muita pesquisa não consegui encontrar nenhum documento que o mencione historicamente. Se você já ouviu, por acaso, falar dessa história, por favor enviar alguma fonte. De qualquer forma, considerem o texto acima uma história de ficção.