Caipira II
Como já disse anteriormente vivi em fazenda, quando criança.
Meu pai tinha lavoura de café, e quando da colheita, as sobras, que chamamos de "catação", ele as dava aos empregados.
Fora do horário de trabalho, eles voltavam ao cafezal e catavam os grãos de café que ficaram no chão durante a colheita.
Isso era uma pratica comum, quando patrões e empregados eram amigos e até compadres.
Nos finais de semana, os empregados preparavam o resultado das catações da semana e as levavam a cidade para comercializar direto com o comprador de café.
Em uma dessas, minha mãe queria saber com a comadre Salvina como havia sido a sua ida à cidade e então temos o relato que se segue no linguajar característico:
Eu minha fia cumadi cadela tomemo café i fumo,
Na portera mandei a cumadi pô tranca,
Mais na frente topei dando com uma vara de tocá gado,
Cheguemo na cidade e andemu sete rua e oito cu largo,
Ranhano cu meu ,cu da fia e cu da cumadi, deu 7 arroba.