Naquela sexta-feira, resolveu que faria um voo ousado.
Reservou o bilhete de passagem para o
sábado, e partiu ao raiar o dia.
Viajou uma dezena de horas, um voo demorado, não tanto pela distância, mas pelos obstáculos do caminho.
Chegou ao destino, uns minutos atrasada para um importante evento.
Apressada cuidou de ajeitar-se.
Um merecido banho quentinho, vestiu o mais bonito possível, uma cor nos lábios, e uma boa água de cheiro nas asas.
Voou para o local do evento, a tempo de vê-lo garboso e compenetrado ocupando seu lugar à mesa das autoridades.
O passarinho poeta, contista, cronista, músico, e amante das letras estava em solene cerimônia, recebendo a posse
de uma linda e merecida conquista.
Foi uma honra e um privilégio aplaudi-lo.
Com o coração quentinho, lhe acenou timidamente.Não sabe se foi percebida.
Insistente lhe enviou um cumprimento de boa noite, na esperança de entregar-lhe o seu melhor abraço bem abraçado.
Não obtendo retorno, alçou voo e voltou para a paz e segurança de seu ninho.
Pelo caminho, contemplando a belezura de um belo domingo azul, em suas "elucubrações",concluiu...
— Há amores que não vieram para serem vivenciados, são amores para serem sentidos e guardados no coração. Simples, puros e eternos.
E assim será....e está tudo bem.
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