O TERRÍVEL JANAÚ

O TERRÍVEL JANAÚ

LENDAS AMAZÔNICAS

Autor: Moyses Laredo

Os Janaús, chamados de encantados, são facilmente confundidos, por moradores locais e alguns entendidos pesquisadores, com mamíferos de mesmo porte e de mesmo hábito, como os macacos-da-noite e os juparás. Os janaús são muito semelhantes aos juparás, porém menores tem seus pesos em média de 1,1 a 1,4 kg, já os juparás pesam aproximadamente de 1,4 a 4,6 kg.

Diferentemente dos Juparás, não possuem cauda preênsil e sua cauda apresenta resquícios de "anelamento" (semelhante ao rabo de um quati). Outra característica que auxilia sua identificação pelas pessoas é sua típica vocalização, a qual difere das dos juparás, sendo mais graves e lentas em relação às dos juparás. As principais ameaças a esta espécie relacionam-se à destruição maciça da floresta Amazônica.

Andam em casais, sós ou em bando, suas características é que por onde andam, soltam um cheiro intolerável de ranço, que embriaga suas vítimas, eles, juntamente com o temível gogó-de-sola, enfrentam qualquer animal, sejam do tamanho que forem, há casos de onças jovens mortas quando descuidadamente atacaram alguns dos vigias ou solitários do bando, a luta é feroz, são ágeis se movem com tamanha rapidez que a dona onça, a grande predadora de topo da cadeia alimentar da floresta, não consegue abocanhar o pescocinho deles. Quando viajam em bandos, costumam colocar vigilantes em pontos altos das árvores conforme se deslocam pela floresta. Se caso alguns vigias, não alertarem o bando e houver o ataque principalmente da arpia, a maior águia da Amazônia com envergadura de mais de dois metros que pode levantar até uma criança em peso, ele sofrerá o massacre dos demais. Contudo, uma coisa os detém, eles têm pavor do macaco-prego, fogem espavoridos quando sentem algum aviso. O macaco-prego é o seu único e natural predador. O povo da floresta quando sente o cheiro podre característica do bando deles, ou mesmo, são surpreendidos pelo brusco aparecimento do bando, basta imitar os assobios do seu predador, que eles se espalham e fogem imediatamente com medo. Na maioria das colocações e aldeias indígenas acreanas, os terríveis macaquinhos são conhecidos como bule-bule, (pessoas buliçosas)

Talvez, junto com o gogó-de-sola, sejam os animais mais ágeis, rápidos e temido da floresta. Tem-se relato de que um seringueiro lutou com um deles por mais de duas horas, era apenas um somente, o Janaú não chegava a ter dois quilos, maior um pouco que um esquilo, porém sem cauda, não se sabe como apareceu, imagina-se que esse solitário Janaú tenha sido uma espécie de batedor, como fazem as formigas e as abelhas, em busca de alimento, mas que por azar em sua busca, se deparou com o seringueiro, e como não teme nada, muito menos maior do que ele, rosnou ao ver o invasor, se prostou com as mãos apoiadas no chão como os lutadores de sumô antes de se engalfinharem, e logo partiu pra cima num voo espetacular em direção à garganta do pobre homem, que só não foi pego de surpresa por conhecer de suas astúcias. Depois de muito tempo lutando com o tal macaco endiabrado, procurando sempre evitar que lhe alcançasse a garganta, feriu-se muitas vezes nas mãos, com as mordidas do animal que a todo custo queria subir por suas vestes, em desespero sem ajuda de ninguém, se viu numa sinuca de bico, sem saída, achou que poderia morrer ali, foi então que deu com a mão num galho tal qual um porrete, só assim conseguiu afastar momentaneamente o bicho de cima de si, mas não foi tão fácil, a cada lapada o macaquinho saía do lugar e o porrete nunca o achava, parece que pressentia os movimentos do humano. Como os cientistas dizem que o seu momento óptico é baixo como dos esquilos que veem a vida em câmara lenta, em sendo assim, conseguem ver os mínimos detalhes da ação e se antecipam aos movimentos, quem viu o primeiro filme do Homem-Aranha (2002), o jovem nerd Peter Parker ganha superpoderes que se desvia dos socos do valentão com a maior naturalidade? Na luta do homem com o Janaú, ele até que encontrou um jeito de acertar o animal enlouquecido, a técnica para não ser mordido é bater com o porrete de baixo para cima, como as tacadas de golfes, só assim se consegue acertá-lo. Todo animal tem seu ponto cego. Uma vez um amigo me contou que conseguia pegar moscas com as mão limpas, duvidei, ele então ensinou que as moscas pressentem a pressão do deslocamento do ar de sua mão quando vem de cima pra baixo o que é a forma mais comum de tentar mata-las, mas, o detalhe é que quando esse deslocamento vem de lado, elas não tem tanta agilidade e aí, é só fechar a mão e a mosca estará presa na sua palma, interessante esse detalhe dos pontos cegos dos animais, mas acho que no caso das moscas são o posicionamento dos seus olhos, mas isso deixo para os entomologista resolveram. Mas voltando aos macaquinhos, esses ensinamentos vêm do povo huni – kuin que é formado por mais de cem aldeias distribuídas em doze terras indígenas com mais de 13.000 pessoas. É a maior etnia do Acre. Vivem na área do Alto Juruá e Purus e no Vale do Javari

O conhecimento sobre a história natural destes animais é muito limitado. Os janaús ou gatiaras vivem estritamente nas árvores da floresta amazônica, ocorrendo nos estados do Acre, Rondônia e Amazonas. Podem ser muito comuns em alguns locais e extremamente raros em outros, são animais noturnos e se alimentam predominantemente de frutos, mas também se alimentam de pequenos animais como (pequenos roedores, marsupiais, lagartos, pequenos pássaros, insetos e ovos). É um animal solitário, mas podem ser vistos em pares de indivíduos, formando casais e/ou mãe com seu(s) filhotes(s). Estes animais delimitam bem o seu território por marcação odorífera e exalam um odor característico quando ameaçados. Mas estão sendo dizimados por conta das lendas e histórias de ataques que são contadas em rodas de "cafezim" que inclusive dizem que os Janaús após matarem suas vítimas, bebem-lhes o sangue.

Molar
Enviado por Molar em 17/07/2024
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