Briga de Bar Entre Rozemberg X Iremar

Por Nemilson Vieira de Morais (*)

Eu, rapazinho, conheci Rozemberg na sua meia-idade. Surgiu do nada em Campos Belos, GO, onde se casou e residiu até o final da sua vida.

Forte e musculoso, de estatura mediana; peito cabeludo a ostentar uma ou duas tatuagens pelo corpo (se não estou enganado).

Às vezes andava sem camisa pela cidade, e quase sempre sem abotoá-las. Volta e meia a um, a outro demonstrava um certo rompante de braveza. E, linguajar com algumas gírias.

Coisas que, para os padrões sociais da época, tanto seus trejeitos, quanto sua maneira de se expressar impactava as pessoas do lugar. — Isso dava para ser percebido nos olhares dos mais conservadores.

Foi mal interpretado por muitos do lugar, por o acharem que mentia, nas vantagens que contava... mas ainda que dramático divertia as pessoas com seus causos vantajosos (ao seu favor).

Com mais tempo, inserido na sociedade campos-belense, alguns paradigmas bobos, quanto ao forasteiro Rozemberg foram caindo por terra: deixaram de existir. — Salvo algumas coisinhas, o homem era um bom camarada.

O Sargento da Polícia Militar e telegrafista Oracy, tocava um bar com jogos de cartad e mesa de bilhar na esquina da Rua do Comércio com a Rua Licínio de Miranda.

Nesta rua, junto a esse bar, dona Maria Benta atendia sua freguesia-cativa em seu restaurante caseiro. — A melhor comida do lugar.

No Bar de Oracy bons aperitivos (dos mais variados) não faltavam...

Wisk, vodka, campare, conhaque, cachaça com budim, casca de jatobá, milhõmes, verga tesa, imburana, sementes de sucupira...

E, tira-gosto no capricho...

Peixes, torresmos e pastéis fritos, joelhos de porco, caldo de mocotó, ovo cozido; o fígado de boi puxava a freguesia para o bar.

Meu irmão mais velho, ainda menor de idade na época, foi abordado por Policiais Militares, nesse bar. Sendo conduzido à casa de detenção da cidade. — Tão somente por achar, interessante, bonito ver os homens entretendo-se no jogo de bilhar. Depois de muitos apelos de pessoas influentes em favor da soltura do menino e intervenções do meu pai, o garoto foi então liberado e nunca mais entrou num bar.

Voltemos ao personagem da história...

É dito que, a primeira impressão é a que fica. E, Rozemberg deixou a sua; embora de uma maneira não tão republicana; acontecida no Bar de Oracy.

— Numa briga-de-cabeça, vencendo o seu oponente, sem precisar usar outro meio mais violento: como o taco que jogava...

Rozemberg re-cem chegado a nossa cidade, não demorou a mostrar a que veio: na primeira oportunidade que teve. Ao desentender-se com seu parceiro de jogo de bilhar (o Iremar). O deixando como morto, quase desfalecido de tantas cabeçadas que deu no homem.

Por essa demonstração de bravura em que, Rosemberg saiu no "lucro", passou a ser temido por muitas pessoas cidade e região.

Jogos de sinuca é bastante perigoso: por seus participantes terem uma nas mãos um taco. Daí, a possibilidade dos envolvidos saírem gravemente feridos numa eventual briga, é muito grande.

Nesse episódi, possivelmente Iremar ainda tentou usar o taco, mas foi imobilizado por Rozemberg que não lhe deu condições de reagir.

Vamos e venhamos Rozemberg foi até um pouco camarada com o homem: se tivesse usado seu taco o estrago poderia ter sido bem pior. E, dessa Iremar não morreu...

Nemilson Vieira de Morais

Acadêmico da ANELCA & ALB/MG/RMBH

(22:06:24)

Nemilson Vieira de Morais
Enviado por Nemilson Vieira de Morais em 22/06/2024
Reeditado em 23/06/2024
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