REFEM DO PASSADO
REFÉM DO PASSADO
Quando envelhecemos nos tornamos reféns das lembranças, passamos a sonhar com a magia do passado, engavetada na memória, ao longo de nossa caminhada pela vida afora. É inegável que atualmente estamos vivendo com tantos privilégios e tamanha tecnologia. Mas com os sobressaltos dessa desenfreada violência, chegamos a duvidar que um dia nossa geração vivenciasse tanta paz e tranquilidade, preocupada apenas com as limitações no trabalho vagaroso que enfrentamos. E que realmente o passado foi de fato um sonho superado com muita fé e perseverança, numa época dominada por uma mão de obra tecnicamente primitiva. Basta nos lembrar que os cereais de subsistências consumidos pela população foram beneficiados no pilão de monjolo ou manual.
Assim Foi meu mundo criança:
O sol escondia no horizonte. Descompromissados como sempre fomos, e com aquela nossa alegria ingênua, meus colegas de infância e eu, deliciávamos em nossas brincadeiras. Éramos também parte do elenco ecológico no advento daquele belo espetáculo. O sol se punha e o horizonte tingia sua franja com o magnífico escarlate do colorido boreal, e o crepúsculo puxava o manto da noite. Vinha a lua toda risonha esparramando seus encantos sobre aquele cenário dominado pela soberania da natureza.
O cortinado de estrelas cobria o universo e o nosso mundo criança se tornava encantador. Ilustrado pelas lacraias no seu constante piscar de luzes, escoltadas por vaga-lumes, que em atalaia riscavam os espaços manchados pelas sombras dos arvoredos provocadas pela luz do luar. Imitando humanos; com seus estridentes gritos os urutaus de bicos escancarados ao longe no cerradão, quebravam o monótono silencio da noite após engolirem os mosquitos atraídos pelo mau odor do seu hálito... Foi, foi, foi, foi, foi!
Não menos selvagens nós moleques de pés descalços e cabelos desalinhados, éramos também parte da magia noturna, misturando-nos aos murmúrios e encantos projetados pela biodiversidade da natureza. Enquanto a noite não silenciava e o sereno não vinha para orvalhar os campos e os prados, a lua era soberana a passear sobre os telhados que ocultavam a humildade das lamparinas. Altaneiro e vigilante são Jorge exibia seu potencial encantador, enquanto nós meninos... Apenas sonhávamos o admirando como um valente guerreiro! Montado em seu corcel com o seu machado no ombro ele varava a noite em sua vigília altaneira inspirando romantismo aos sertanejos que arranhavam suas violas.
( FOTO acervo do autor)
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Sou um velho bau de recprdações
Tantas lembranças rotas pelos anos
Muita recodação, furtivas emoções
Realizações e mudança de planos
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Interação de um amigo e poeta muito especial
Luis Xavier--À quem eu agradeço pelo carinho
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