UM SERTANEJO DESESPERADO
Era um período de seca brava e terrível que assolava a região. Um sertanejo, já desesperado pela falta de chuvas e a longa estiagem e perda das plantações, viu uma chuva promissora se formar na altura do horizonte, no nascente. E um arco-íris de repente se formou na atmosfera.
Naquele momento, o sertanejo desesperado, acreditando e seguindo a crendice popular, falou alto:
“Aquele arco-celeste ali não está bebendo a água da chuva, não; ele está é comendo as torinhas (pequenos fragmentos, fatias) das nuvens!”.
Daí a pouco, configurou-se uma grande chuva, que fechou o tempo e o céu escureceu. E realmente a chuva em precipitação logo seria grossa, torrencial. Na verdade, a chuva desabou a cântaros.
E minutos antes de a chuva começar a cair, ali os seus amigos parentes que com ele estavam conversando, também assustados, disseram-lhe assim:
“Olha aí! Você foi zombar e brincar com as coisas de Deus, agora vem o castigo!”.
Diante daquela situação temerosa, aquele sertanejo com as mãos postas, joelhou-se humildemente ali no chão, e fazendo uma prece em oração, invocou a Deus, assim:
“Meu Deus, o Senhor pode mandar muita chuva à vontade, mas que seja uma chuva bem mansinha, sem tempestade! Perdoa-me, Senhor! Perdoa-me, por caridade!”.
E choveu copiosamente naquela tarde saudosa, mas sem tempestade. Foi uma chuva mansa, para o alívio e a alegria de todos os sertanejos do lugar.
Esse fato ocorreu há muito tempo...