A jardineira
Certamente você conhece alguém que gosta de contar histórias e causos. Isso é comum em reunião ou encontros de várias pessoas. Eu também conheci uma pessoa da minha cidade que contou este causo. Ele contou um causo que aconteceu em uma destas viagens feitas em uma daquelas jardineira antiga para os bairros de nossa cidade. “Segundo ele, lá pelos anos de 50 e 60, haviam umas dezoito linhas de jardineiras que serviam os bairros distante da cidade Paturi, Lambari, Santa Maria, Sete, Capim Fino, etc. Eram aquelas jardineiras antigas fabricadas na década de 40 que tinha uma roda na traseira arredondada e um grande bagageiro em cima da jardineira. O pessoal que viajavam nessas jardineiras eram em sua maioria moradores dos sítios e que labutavam com a lavoura do café, amendoim, algodão, milho, feijão, arroz e gado leiteiro. Eles carregavam consigo, cabrito, galinha, porco, bode, cachorro, e até potro ou bezerro. Algumas vezes as jardineiras lotavam tanto que o motorista pedia para que os homens subissem a escada e viajassem no teto. Quando falecia alguém num bairro onde passava a jardineira de manhã para a cidade, o responsável pelo morto ia até a estrada e entregava para o motorista as medidas para encomendar um caixão para o defunto. Seu Zezim marceneiro, fazia bem rápido o caixão e a tarde quando a jardineira voltava para os bairros, levava o caixão no bagageiro de teto. Certa vez a jardineira voltava para o sítio levando um caixão. A jardineira lotou tanto e um homem teve que subir para o andar de cima. Como era de costume, ele subiu, viu o caixão, ficou meio cismado, mas numa boa. Daí a pouco começou uma chuva fininha e gelada, o homem não perdeu tempo, abriu o caixão e vendo que estava vazio, deitou e fechou a tampa. Tirou aquele belo cochilo. A viagem continuou e o bagageiro foi lotando de homens lá em cima. De repente o homem acordou assustado no caixão e com medo que tivesse passado o lugar que ia descer, abriu rapidamente a tampa e gritou: - "Já passou a chuva”? Foi um pânico geral e saltou homem pra tudo quanto foi lado...”