A GARAPA

O robusto senhor de olhos azuis, chapelão na cabeça... seguia pela única rua, empurrando um carrinho com telhadinho, para vender a sua preciosa garapa.

Senhor Miguel morava do outro lado do Rio Paraiba e fazia a alegria do povo da cidade.

Nesse tempo, geladeira era para poucos, televisão nem sonhar. Sorvetes, ah...sorvetes, nem nos sonhos. A garapa era a rainha das delícias nos dias escaldantes de verão abafado, trovoada ao final do dia.

 

A criançada saía da escola, subia rua acima, feliz para encontrar o senhor Miguel e degustar a garapa refrescante.

Mas... um belo dia, a notícia correu... a cana não era moída na hora, diante do freguês. Sem gelo ou geladeira... as minhocas

faziam o papel de conservantes...

 

Lavrinhas...

recolheu-se ao silêncio!