Velho Rancho
Certa vez, no vasto sertão brasileiro, um homem chamado Alceu Valentino, era dono de um velho rancho.
Ele vinha de uma pequena cidade no interior, onde aprendeu a enfrentar os desafios da vida com coragem e determinação. Seu Arceu, como era chamado, tinha um coração preparado.
Certo dia um Doutor, destes lá da cidade grande, apareceu no velho rancho. Escute a história que eu vou lhes contar.
O doutor, assim que entrou para o pequeno rancho, teto humilde de gente humilde, tomou um belo copo de café preto, servido pelo pequeno homem.
O doutor era fascinado por histórias e pediu ao rancheiro que contasse um pouco da sua história.
- Desde cedo, seu doutor – começou seu Arceu. Aprendi a dizer não. - Quando necessário, até a encarar a morte – emendou - sem deixar me abater.
Eu sabia que a vida e a morte, o destino e tudo mais, muitas vezes estavam fora do lugar. O meu propósito era consertar tudo. Colocar as coisas no seu lugar.
Comecei minha luta como um simples vaqueiro, trabalhando nas boiadas da região. Eu era um dos boiadeiros mais habilidosos e respeitados, mas tudo mudou quando o capataz morreu de repente.
A boiada ficou desgarrada sem um líder para cuidar. Vi-me aborrecido diante de uma situação complicada.
Eu tinha que por as coisas no lugar.
Por necessidade e dever, montei em um dos bois e assumi o comando. Não era uma escolha que partia dos meus desejos, mas sim do meu senso de responsabilidade para com o dono dos animais. E aquela vontade de por as coisas no lugar.
O boi que eu montava, porém, percebeu que havia algo errado. Ele começou a dar pinotes e agir de forma descontrolada.
Ele sabia que o capataz estava morto, mas para sua surpresa doutor – estava vivo em mim.
Foi uma experiência surpreendente e perigosa, que fui tratado como se fosse um homem indomável.
Encarei a morte sem hesitar, - sempre disse que isso ou aquilo não importava. - Eu sabia que tudo voltava ao seu lugar.
Fiquei determinado e a coragem me guiava. A partir desse momento, o dono da boiada nunca mais exigiu outro vaqueiro, que dava conta. Reconheceram o meu valor e respeitaram a minha posição.
- Seu moço eu agradeço a Deus por essa situação inesperada, que deu a oportunidade de me provar.
Eu carregava dentro de mim uma faca afiada, pronta para ser usada quando necessário. Era a minha proteção e meu lembrete constante.
Se eu tivesse meu próprio rancho, eu não estaria aqui contando essa história.
Às vezes, a vida nos leva por caminhos inesperados, mas o amor sempre toca o berrante em nossos corações e nos guia para onde devemos estar.
Eu me apeguei a Deus, mesmo em meio a essa jornada turbulenta, estava disposto a dar uma reviravolta. Galopava pelos céus, como se estivesse montando em cavalos de pau, em busca de novos horizontes.
Essa determinação me levou a tomar uma decisão: - Eu ia embora dali, partiria em busca de novos caminhos, mesmo que errasse o rumo. Atrás de coisas pra consertar.
E assim, doutor – continuou o caboclo – eu segui minha jornada, levando comigo a sabedoria e a coragem do sertão.
Me tornei uma figura lendária, um exemplo de perseverança e superação. Minha vida era repleta de emoções e lições, ecoava pelas terras do sertão a minha história, inspirando outros a enfrentarem seus próprios desafios com valentia.
Não importava para onde quer que eu fosse eu sempre carregaria comigo essa força do sertão em meu coração.
Hoje eu tenho esse meu velho rancho. O que me sobra é só a minha história. (Inspirado na letra disparada)