CAMUFLAGEM CRIMINOSA
No dia 22 de junho de 2023, como de costume, saí poucos minutos antes das 5 horas da manhã para realizar um treino diário de ciclismo.
Nesse dia, por uma fatalidade, quando eu me encontrava a uma velocidade de 35 quilômetros por hora, abruptamente fui arremessado para o alto esparramando-me pelo asfalto duro e impiedoso.
Caí para um lado e a bicicleta, à qual eu me encontrava preso pelo engate da sapatilha ao pedal (clipado), para um outro.
Levantei-me com dificuldade e ainda meio zonzo, procurando me manter em pé.
Com muito custo, consegui levar a bicicleta até um degrau e lá fiquei buscando amenizar a dor, por longos quinze minutos.
Embora com o braço esquerdo sangrando e com luxação no ombro do mesmo lado, montei na bike e pedalei pelos 9 quilômetros que separavam o local do acidente da minha casa.
No boxe do banheiro retirei a roupa ensanguentada e com muito custo, consegui tomar um banho.
Procurei um hospital para me tratar, onde ficou constatada uma fratura no cotovelo esquerdo.
Passados 5 dias fui até o local do acidente, para avaliar o porquê daquele sinistro acontecimento.
Filmei o asfalto e todo o contexto do local, procurando identificar a causa.
Um pouco mais adiante havia um rapaz com aquelas blusas de frio e de capuz, fazendo-se passar por sem teto, mendigo, morador de rua. Ele me abordou rispidamente e me perguntou porque eu o estava filmando. Prontamente respondi a ele, quando ostensivamente abriu a blusa e pôs-se a comunicar por rádio transmissor dizendo que eu o estava filmando.
Recebeu determinação do interlocutor, para que apagasse imediatamente a filmagem.
Entendendo onde eu estava “pisando”, dispus-me a apagar no mesmo instante. Mas logo foram chegando outras pessoas, dizendo que eu estava filmando as casas delas.
De repente me aparece um daqueles jovens com andar valente, trajando short, sem camisa e um cordão dourado extremamente grosso e grande que ia do pescoço até próximo ao umbigo.
Esse jovem, muito determinado, perguntou-me se eu estava ficando louco. Disse-me que iam me matar e me jogar no rio, caso eu duvidasse.
Tomou então, o jovem, o telefone da minha mão e ele mesmo apagou as gravações que eu havia feito.
Na volta apressada até a estação do metrô, fiquei refletindo sobre o quão ditadores, perversos e perspicazes os criminosos são.
Já haviam me dito que muitos desses perambulantes que vagueiam pelas ruas das grandes cidades, na verdade são “olheiros do crime”, o que eu tive o desprazer de constatar pessoalmente.