Essa é a prova de que ele é a minha certeza mais feliz
Tudo parecia dar errado desde o dia anterior, quando minha mãe sugeriu que fossemos ao Habib's e o carro simplesmente não dava partida. Pensamos que tínhamos estragado o carro antes mesmo de sair da garagem. Mas logo percebemos que era apenas a bateria descarregada e não conseguimos sair.
Meu pai tinha viajado para casa do meu avô, pois havia quebrado o pé e sua cadeira de rodas tinha estourado, impossibilitando-o de se locomover. Agora, o carro apresentava problemas pela terceira vez em menos de um mês. "Provações", minha mãe disse, dando de ombros.
A sequência de contratempos continuou quando o mecânico chegou em casa em plena manhã de domingo e declarou que o problema do carro estava no sistema de ignição, algo que ele não conseguiria consertar, apesar de ter cobrado uma quantia exorbitante pela troca da bateria. Ele ficou indignado e permaneceu ao lado da minha mãe o tempo todo, oferecendo apoio.
Enquanto minha mãe conversava com meu pai ao telefone, ele sussurrou para mim que tinha tido uma ideia. Ele propôs alugar um carro em Campinas, ajudar-nos com as compras e a farmácia, retornar a São Paulo e devolver o carro lá. No entanto, ao calcularmos os custos, percebemos que a taxa de devolução em um local diferente seria muito alta. Então, partimos para outra ideia: minha mãe alugaria um carro.
No começo, minha mãe sentiu-se insegura e decidiu consultar meu pai. Ele sussurrou para mim: "Acho que seu pai não vai concordar". No entanto, um sorriso enorme se abriu em seu rosto quando ouvimos minha mãe dizer: "Então, alugamos por dois dias?".
Antes de irmos à concessionária, os três de nós estávamos tomando café à mesa da cozinha. Eu me levantei para chamar um Uber, mas ele pegou meu celular e começou a atrapalhar, pois ele queria chamar o Uber. Ele sempre se recusa a deixar que eu pague qualquer coisa (bem, ele é um verdadeiro cavalheiro). Tentei brigar com ele, mas ele me desconcertou, olhando profundamente em meus olhos e afirmando que precisava fazer mais por mim, porque eu merecia muito mais. Respondi dizendo que ele já era o melhor, e ele balançou a cabeça negativamente, declarando: "Você merece muito mais".
Quando chegamos ao shopping e nos aproximamos do balcão de atendimento, a atendente informou que não havia mais carros disponíveis, talvez apenas após as seis da tarde. Ele ficou indignado novamente, mas, à sua maneira, permaneceu calmo, pensando em soluções. Minha mãe lamentou: "Você vê como estou em uma maré de azar?". Ele riu, pois realmente tudo parecia estar dando errado. Foi então que ele teve a ideia de baixar o aplicativo e verificar se havia disponibilidade por lá, já que a atendente mencionou essa possibilidade, mas sem confirmar com certeza. No entanto, ao abrirmos a bolsa da minha mãe, percebemos que ela havia esquecido o celular em casa. Então, decidimos baixar o aplicativo no meu celular.
Ao nos aproximarmos da funcionária, ela nos informou que realmente havia um carro disponível e que teria que cobrar um valor considerável do cartão de crédito do locatário. Minha mãe não tinha certeza se o limite do seu cartão seria suficiente. Sussurrei para ele: "Vou pedir ao Toninho". Ele observava a maquininha e comemorou quando apareceu a mensagem de que a transação tinha sido aprovada. "Amor, deu certo, aprovaram", ele me balançou, e eu mal conseguia acreditar que finalmente algo tinha dado certo.
Quando chegamos no carro, pedi para ele ir na frente com a minha mãe, para ajudá-la na direção. No entanto, ao tentarmos dar partida, o carro também se recusou a funcionar. Ele não pôde conter o riso, e minha mãe também soltou uma gargalhada. Diante dessa sequência de adversidades e provações, com tudo parecendo estar indo ladeira abaixo, minha mãe não resistiu e perguntou:
"Você vai desistir de casar com a Elena assim?"
Ele fechou a porta do carro e, pela janela, respondeu com determinação:
"Nunca, jamais, o demônio que lute."
Ele sempre diz que não me merece, mas ele é a minha certeza feliz. Amá-lo é a escolha mais certa que já fiz em toda a minha vida.