MEIO MOLE... MEIO DURO.
Aos 79 anos de idade e viúvo, nosso protagonista, há muito sem um afago feminino a lhe correr pelo corpo cansado, resolveu visitar uma casa de tolerância, ou da luz vermelha, ou ainda e em bom e popular português, uma zona.
Já em meio àquele furdunço e seguindo o “footing” desarranjado de seus frequentadores pelos corredores; fluxo esse que somente essas casas nos permitem, e ainda, ao som estridente, a encher aqueles corredores cheirando a desodorante barato e vindo de caixas de som dependuradas no alto das paredes, que vozeavam músicas de Odair José, Amado Batista, Waldick Soriano, entre outros. Nosso longevo personagem, com a estampa do tempo na cara e zanzando de um lado para o outro, em passos lentos, procurava seu afago, entre tantos, que em trajes sensuais e mínimos se mostravam em seus quartos, em suas camas, ninhos de aventuras diversas e indisfarçáveis.
No fim do corredor, quando já pensava em voltar ao inicio, daquele oferecido “footing” corredor afora, uma morena de traços indígenas, corpo perfeito, cabelo cumprido preto e escorrido a lhe lembrar do passado, foi a escolhida para aquela aventura afortunada.
Sem mais do traquejo da vida atual, adentrou o quarto da morena, em segundos se despiu de suas surradas roupas e ao pé da cama se dirigindo à moça disse: “bão? Vamos ao oficio?”.
A moça surpresa com a rapidez de seu “cliente” retrucou: “mas já?” “Seu “negocio” tá meio mole ainda”. “Do seu ponto de vista sim”, respondeu-lhe, acrescentando: “do meu ponto de vista tá meio duro”...
Qualquer semelhança com o nosso cotidiano é mera coincidência... Não se preocupem!