NÃO BULA

Durante a minha vida já fiz de tudo um pouco, hoje vou contar uma das minhas passagens como vendedor em uma grande loja de eletrodomésticos, Era uma loja grande, muitos vendedores, caixas e funcionários afins. Tempos de vagas magras todo mundo levava sua “marmitinha” e colocava na geladeira do refeitório (um pequeno cubículo), o metro quadrado num shopping custa o olho da cara, eu como vendedor sempre fiz amizade com meus clientes e vez por outra recebia alguns mimos. Um dia Dona Madalena, uma senhora que morava pro lado do Recôncavo me presenteou com uma garrafa de pimenta e já de antemão me alertou que a mesma era potente. Agradeci e cuidadosamente peguei uma folha de papel sulfite enrolei a garrafa e com um piloto escrevi com letras garrafais “NÃO BULA” e coloquei em cima da geladeira, admito que foi proposital pois conhecia meus colegas e sabia que eles não resistiriam a tentação de futucar qualquer produto alheio ainda mais sendo uma pimenta. Na hora do almoço subiu Vitinho, um vendedor magricela, pele alva, entrou no cubículo e como estava sozinho pegou a marmita aqueceu no micro-ondas desembrulhou a garrafa e com todo gosto tacou a pimenta no rango, eu calado estava, calado fiquei, na segunda garfada o magricela já estava mais vermelho que um tomate maduro, suando mais que cuscuz e me implorando por um gole d'água, o buliçoso bebeu mais de um litro de água e o ardor não passava jogou o resto da comida fora pois com a quantidade de pimenta despejada ficou impossível comer, esse ficou com fome e aprendeu aprendeu a lição.

Dizzy César
Enviado por Dizzy César em 17/05/2023
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