O PESCADOR

( Este conto/causo, foi baseado em fatos reais e ambientado no condomínio ecológico Itacaiú, localizado no município de Cocalinho- MT)

Naquele dia, resolvi que mudaria de lugar de onde pescar. Das minhas companheiras de pescaria, apenas uma estava disposta a uma nova tentativa de pegar um peixe que viesse realizar seu sonho.O pescador sempre procura atingir novas marcas e quebrar recordes.

Assim sendo, não iríamos subir até o rio Água Limpa para tentar na “ceva” o peixe que tínhamos em mente: O piau. Havíamos cevado um local para pescar com mais facilidade.

A filha mais nova acordou indisposta, por isso não podia acompanhar-nos naquele dia. A outra iria acompanhar-me na pescaria. Estávamos esperando um amigo que viria. Em razão deste fato, teríamos que ficar por perto para recebê-lo na hora em que ele chegasse.

Arrumamos a tralha, as iscas e colocamos no isopor água, laranja e nos dirigimos ao rio, pois a canoa já estava pronta.

Depois de algumas tentativas, o motor funcionou. Entramos e fomos descendo devagarzinho até um local em que eu sempre pescava. Ficava bem perto do porto. Era um local constantemente utilizado, onde era comum jogarem-se milho e soja aos peixes.

Quando nos aproximamos, notei que já havia uma pessoa sentada, pescando no local.

A princípio, fiquei chateado por encontrar pessoas estranhas na “ceva” que eu sempre preparava e realimentava com soja, milho e quirera.

Fui aproximando a canoa do barranco, bem devagar, com motor desligado, tentando não criar muito alvoroço no local onde eu iria pescar.

Enquanto me aproximava, um homem de mais ou menos setenta anos, meio obeso e bastante careca, foi dizendo:

- Bom dia, se achegue!

Meio contrariado e sem jeito, fui encostando a canoa lentamente. Quando encostei a canoa no barranco, minha filha se apressou em amarra-la num tronco seco que se encontrava no barranco.

Procurando não ser descortês com o pescador que me pareceu gentil, retribui o cumprimento com um sorriso, enquanto perguntava:

- E aí, já pegou muitos piaus?

Ele sorriu, enquanto respondia:

-Num parece qui tem peixe aqui.

A princípio, imaginei que ele apenas tentava me desanimar para que eu fosse embora. Então lhe respondi:

-Tem sim, ontem mesmo eu peguei vários.

Ao que ele respondeu:

- É, inté parece que ocê pescô tudu.

Sorri, enquanto respondia:

-Talvez ainda não esteja na hora certa.

Depois de me acomodar na posição que achei ser a melhor, joguei alguns punhados de milho e despejei um pouco do que a garrafa continha. Quando abri a garrafa e o mau cheiro exalado chegou até o pescador, este comentou:

-É, parece inté que o demo foi sorto.

-Como? Perguntei:

Ele, com seu jeito todo especial de se comunicar, respondeu:

- É que o demo fede e essa soja tá por dimais fidida.

Apenas ri da ingenuidade e da crença dele e de outras milhares de pessoas simples que ainda existem por este Brasil afora.

Enquanto eu preparava a isca para lançar ao rio, ele ia desfiando sua verborragia pouco comum.

Olhei atentamente a linha que se deslocava ao sabor da correnteza do rio e voltava pra o remanso. Enquanto observava, outra canoa se aproximou trazendo nela cinco pescadores. Um deles gritou:

-Zé, vai ficar aí ou vai subir com nóis.

Meu companheiro de “ceva” respondeu:

-Uai sô, vô ficá aqui mesmo.

A cada nova palavra que ele falava, eu ia redescobrindo um linguajar que eu já não ouvia há muito tempo.

Os companheiros do Zé subiram o rio e ele começou a falar como se fosse um velho conhecido meu.

Iniciou a conversa contando a vida do seu companheiro que naquele momento pilotava o barco. Falou da vida amorosa do companheiro e de um filho brigão que este tivera e, por fim, falou do suicídio da sua prima, que era mulher do amigo que pilotava a canoa. Ela suicidara-se ingerindo formicida. Ela não tinha conseguido agüentar os casos amorosos do marido. O filho brigão tinha sido assassinado por um dos seus credores e com isso ele herdara toda a fortuna deste, que ainda era solteiro.

Depois de relatar com detalhes fatos escabrosos da vida do amigo, começou a falar de suas pescarias bem como das aventuras na procura do bom pescado do Araguaia.

Enquanto falava, eu o incentivava e vez por outra aquiescia como se concordasse com os termos e os dados que ele repassava a todo instante.

Do relato do Zé ainda consigo relembrar o que segue:

-Ocê conheci o lago do fuzil?

Respondi que sim, então ele continuou:

-Agora o IBAMA proíbe nóis de entrá lá. Da úrtima veiz que nóis foi lá, tinha inté uma corrente pra nóis num passá.

Naquele momento lembrei-me de algumas medidas tomadas pelo Governo do Estado para evitar que os rios e lagos fossem depredados por pescadores inescrupulosos. Medida inteligente que conseguira preservar algumas espécies na lista de extinção em virtude da pesca predatória.

Fez uma pequena pausa e continuou:

-Antigamente nóis levava rede, tarrafa , pinda e inté espinhé. Nóis tinha bóia e toda traia pra pescá. Quase qui num tinha fiscar du Ibama e nóis pudia pegá de tudu. Nóis cumia inté jacaré. Hoje é mais difíci. Nóis num pode mais levá pexe, usá rede e tarrafa e nem jacaré nóis pode cumê.

O Zé ia desfiando seu rosário de reclamações, como se o normal fosse o que eles faziam naquela época. Chegou até justificar a falta de peixe pelo excesso de fiscalização. Depois falou do excesso de piranhas que tinha naquele lago. Nem era preciso usar isca. Bastava alguma coisa qualquer de cor vermelha para iniciar a pescaria.

Dei corda ao pescador para ouvir seus argumentos e entender o seu pensamento e, novamente, questionei-o:

- E como estão fazendo agora?

Ele se ajeitou no barranco onde estava sentado sobre um pedaço de papelão. Retirou a linha para verificar se ainda havia isca e, depois de municiar o anzol e jogá-lo novamente no rio, deu uma cusparada para o lado e continuou:

“Sempre que nóis ia a Luiz Alves nóis acampava numa praia di frente u lago do fuzil e quando pudia, nóis entrava. Levava as rede e dexava elas amoitadas, inté a noite quando nóis ia fazê um arrastu. Tinha outro lago perto dali, que nóis só entrava pelo mato e nóis sempre ia lá pegá pirosca. Um dia, quando nóis tava esperando o sol esfriá um pouco, peguei uma bóia, puiz um piau no anzol e joguei no lago. Logo que joguei, um pirarucu pegô o anzol e a bóia afundô, só vortou muito tempo despois. Quando nóis conseguiu tirá o bicho da água já era mais de seis hora. Nóis limpou o danado e feiz as manta e depois nóis sargou.”

Nos pequenos intervalos em que ele interrompia o relato, meu pensamento ia de um lado para outro, tentando encontrar uma lógica no pensar dos pescadores que apenas se preocupam consigo mesmos. Eu analisava e queria também entender aquele homem, seu jeito simples de falar e assim o incentivei a continuar:

-E depois, seu Zé?

Ele se encheu de orgulho por eu ter demonstrado interesse em sua estória e continuou a narrativa.

“Antigamente era diferente, pexe tinha por dimais, nóis inté se cansava de limpá tanto pexe. Hoje é mais difíci, nóis fica muito tempu sem pescá nada. Numa pescaria que nóis feiz, nóis pescô trinta e dois pintado. Naquele tempo, as pirararas que nóis pegava, nóis sortava, a gente num cumia aquela nojera. Hoje nóis come tudo que é pexe”

O Zé apresentava seus argumentos enquanto eu tentava pegar um piau, na ceva que era constantemente alimentada naquela época do ano. O tempo ainda estava frio e os peixes pareciam não querer comer. Já passava das 9 horas e eu só conseguira pescar um pacu. Os pacus costumam comer bem mais cedo. O piau geralmente come um pouco mais tarde. Embora não estivéssemos pegando, eles estavam por ali, pois continuavam batendo.

Os peixes vêm diminuindo em certas regiões do Araguaia. Alguns pescadores ainda conseguem pegar pintado que esteja dentro da medida estipulada pelo IBAMA. Conheço várias regiões do rio e imagino que em pouco tempo muito estarão comendo candiru. Esta praga do rio continua aumentando. Quando começam as chuvas e a água fica suja, com qualquer isca de peixe ou mesmo minhoca se pega candiru.

Ao lembrar-me do candiru, me veio à cabeça a estória que foi contada por um pirangueiro, conhecido na região como Coco. Mas, querendo saber mais da história do Zé, novamente o incentivei:

- Continue. E depois?

Ele sorriu e enquanto mostrava a boca banguela, se espreguiçou e depois continuou seu relato:

“Um dia, quando nóis táva subino o rio, nóis viu uma sucuri tentandu inguli uma capivara que ainda istribuchava tentandu se sortá. Nóis parou o motô e ficamu argum tempu oiando a briga dos dois. Despois que nois chegou nu lago, nóis montamo o acampamento e despois nóis foi amoitá as rede e cumê o armoço que nóis tinha trazido pronto. Nóis ficou um dia e uma noite nu lago e nóis pegô e levô mais de cem tucunaré, duas pirosca e 11 pintado.Os otros pexe nóis sortava. Os bom nóis iscundia tudu nas caxa e logo que os home passava nóis ia imbora”.

Fiquei muito tempo ouvindo as aventuras do Zé Firmino, que fazia questão de retratar todos os detalhes de suas pescarias e dos amigos. Sempre que uma canoa subia o rio, as ondas vinham se chocar no barranco onde ele estava sentado, enquanto minha canoa balançava chocando-se contra o tronco seco que se encontrava fincado à margem do rio. Nos meses de junho e julho, é comum ver dezenas de canoas com pescadores, subir e descer o rio durante todo o dia.

As gaivotas se lançavam em rasantes sobre as águas do rio, procurando apanhar algum peixe pequeno que se expunha à sua visão ou até restos de peixe que flutuasse sobre as águas. Alguns pescadores costumam lançar ao rio as tripas e partes de peixes que não são aproveitadas. Um Martin-Pescador pousou um pouco acima de onde nós estávamos e depois se arremeteu contra as águas e trouxe no bico uma sardinha.

Enquanto isso os botos emergiam em espaços regulares, nadando um ao lado do outro, como se estivessem marcando território.

Mais acima de onde nós estávamos o som das águas evidenciavam as corredeiras nas pedras que levam o nome de Itacaiú. O significado da palavra vem da língua tupi e quer dizer “pedra que ronca”. Alguns pescadores dizem que na época em que os kaiapós viviam por ali, naquelas pedreiras, era comum, na época da piracema, ouvir-se o som dos peixes quando estes se preparavam para a desova.Hoje o único som que se ouve é o das águas que correm e se chocam contra as pedras que nesta época começam a surgir.

Bem em frente à ceva, as praias se estendem por centenas de metros, onde já existem algumas barracas de turistas que acampam nesta época do ano. Nas praias, várias espécies de pássaros andam despreocupadamente. Atualmente os animais estão mais mansos. As gaivotas se lançam sobre as águas, procurando peixe. O biguá limita-se a nadar e num mergulho e outro volta à tona com seu troféu. A uns três metros, atrás de onde estávamos, um casal de canários da terra saltitava despreocupadamente, comendo a quirera que alguém havia espalhado pelo barranco. Sempre que vou embora da ceva, costumo jogar alimento para os pássaros.

Entre um pensar e outro, o Zé continuava seu relato, seguindo agora outro rumo:

“Já faiz muito tempu que num se pega um fiote nesse rio. Antigamente eu cheguei a pegá inté treis numa pescaria. Aquele companheiro qui ocê viu pilotano a canoa sempre anda cum nóis . Ele inté manca da perna por causo dum jacaré mordê ele.”

Ele falava do seu companheiro que eu apenas havia visto dentro da canoa e nem sabia que ele mancava. Mas do jeito que ele falava, tinha-se a impressão de que eu o conhecia e sabia de tudo.

Entre uma pausa e a narrativa do Zé, eu o incentivava a continuar falando. De certa forma me divertia com aquele linguajar. Aquele jeito caipira fazia minha filha se divertir. Em certo momento interrompi nossa conversa que chegava a parecer um monólogo. Somente ele falava contando suas histórias de pescador. Embora seu modo de falar fosse peculiar, tudo que ele falava tinha sentido e quase tudo batia com a realidade do momento atual.

Houve tempo de muita fartura de peixe, hoje o Araguaia é muito mais turismo que pescaria. Os abusos cometidos por pescadores inescrupulosos contribuíram para a diminuição dos peixes no rio.

Querendo mudar o rumo da prosa, perguntei:

-Seu Zé, o senhor é de onde?

Ele passou a mão pela cabeça careca e depois, enquanto trocava a isca do anzol, falou:

- Eu tenhu umas terrinha lá pras bandas de Piracanjuba, onde criu argumas vaquinhas, uns porco e argumas galinha.

Quando ele falou terrinhas, logo imaginei a modéstia de certos fazendeiros que nem sempre contam aquilo que possuem, limita-se a usar o diminutivo para falar daquilo que tem.

Enquanto eu ia seguindo o pensamento do Zé, ele continuou seu relato de forma que qualquer um ficaria calado. Apenas escutando.

Depois de alguns segundos, ele continuou:

“Já faiz mais de quarenta anu que nóis vem pescá no Araguaia e nunca vi tão poco pexe cumu agora.”

Naquele momento, eu continuava dando corda ao Zé para que ele continuasse a expor seus pensamentos através de seu peculiar modo de falar. Linguajar que faria arrepiar qualquer professor de português. Durante a prosa, meu pensamento ia de um lado para outro, tentando achar um sentido para toda aquela conversa. Ele fazia questão de conversar e eu apenas ouvia, porém o incentivava.

Minha filha ria com o jeito simplório do Zé, que sempre acrescentava uma nova palavra ao seu dicionário.

Várias araras passaram sobre nós grasnando como se quisessem ser notadas. Algumas garças passaram voando em rasante e pousaram um pouco acima sobre galhos secos que haviam ficado presos e ali elas ficaram por vários minutos. Pareciam descansar. Às vezes ficavam imóveis, apenas olhando as águas ou os peixes que nadavam.

Naquele momento, lembrei-me da profissão que, eu numa brincadeira, com os peões que trabalham no condomínio, criara: Arareiro.

Arareiro seria uma pessoa a ser contratada durante a florada do pequi para espantar as aves e evitar que elas viessem derrubar as flores e os frutos pequenos.

A profissão poderá ainda ser regulamentada, uma vez que meu irmão plantou centenas de pés de pequi. É lógico que irá querer colher o fruto do seu esforço.

Às vezes fico imaginando-o zangado, quando as aves começarem a derrubar os frutos ainda verdes. O IBAMA não permite que se faça nada contra os animais. Tudo é conseqüência do desequilíbrio ambiental. As derrubadas indiscriminadas para pastagens haviam criado extensas áreas de capim, em prejuízo da vegetação nativa, onde elas se alimentam.

Outro problema que ele arranjou há dois anos foi quando plantou dois alqueires de milho. Devido ao excesso de papagaios que apareceu para o banquete, ele comprou várias caixas de fogos de artifício para espantá-los. Depois descobriu que os peões haviam usado os fogos no próprio quintal da casa. A prova do crime estava espalhada em volta da casa. Eles não tiveram nem o trabalho de ir até a roça soltar os rojões. O milho que não foi comido por papagaios, serviu de alimento aos queixadas, caititus e macacos.

Ele não consegue colher uva no enorme parreiral que plantou. Quem se delicia com os frutos são os guaxinins e os macacos. Quando olho o parreiral, lembro-me da fábula da raposa e das uvas.

Na realidade, os vários tipos de frutos que foram plantados servirão mais aos animais que a ele. Os animais sempre estarão ali, ele, no entanto, apenas esporadicamente.

As cotias roem as mangueiras de irrigação, para beber água. É mais fácil e seguro do que se dirigir à beira do rio ou ao lago.

Enquanto tento analisar cada novo aspecto dos futuros problemas do meu irmão, o Zé vai desfiando seu vocabulário, o que fazia surgir no rosto de minha filha um sorriso maroto.

Várias canoas subiam o rio. Havia o boato de que um cardume de matrinchãs estava acima das pedreiras e isso havia estimulado os pescadores. A cada canoa que passava, novas ondas vinham se abater-se nas margens. A sucessão de ondas incomodava, porque fazia a canoa balançar e se chocar contra o tronco.

Às onze horas, o companheiro do Zé aproximou-se e o convidou a subir o rio em busca do cardume. Ele levantou-se e depois de despedir-se, foi embora.

Eu e minha filha continuamos pescando durante mais duas horas e pegamos alguns piaus, pacus e até uma matrinchã com mais de cinqüenta centímetros.

Á noite, em conversa com o peão responsável pelo condomínio, este me confidenciou que o Zé não era apenas dono de umas “terrinhas” e sim um fazendeiro que, além de gado, produzia uma cachaça de boa qualidade. Depois trouxe um pouco da aguardente para que eu experimentasse.

Naquele momento, pensei em tudo que ele havia falado e, no entanto, ele havia omitido o mais importante. Era produtor de uma aguardente artesanal de boa qualidade e havia omitido o fato. Talvez por esquecimento ou por medo de que eu viesse pedir que me arrumasse uma garrafa. Embora eu não seja um bebedor contumaz, às vezes, quando estou em pescaria, arrisco tomar um gole ou fazer uma caipirinha.

No dia seguinte, bem cedo, quando me dirigia ao rio, encontrei-me com o Zé que naquele momento estava arrumando a tralha para partir. Falou- me que ia embora, pois os compromissos o esperavam. Naquele momento lembrei-me da aguardente de sua fabricação e até pensei em adquirir algumas garrafas, mas fiquei calado, tentando achar um jeito de tocar no assunto.

Somente quando nos despedimos, fiz referência à aguardente de sua fabricação. Ele, meio sem jeito, se comprometeu a mandar-me uma garrafa da “marvada” de que tanto se orgulhava.

Dias depois, quando voltei ao Araguaia, encontrei o genro do amigo do Zé. Quando lhe perguntei sobre a pitoresca figura, ele respondeu:

-Foi bom falar sobre o Zé, ele pediu para entregar-lhe um presente.

Pediu para esperar, depois trouxe duas garrafas da aguardente fabricada por ele.

Agradeci e voltei para casa a fim de guardar o precioso líquido que usaria antes do almoço. Naquele dia, uma matrinchã estava no forno, esperando apenas o complemento.

23-06-06-

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 14/12/2007
Reeditado em 07/08/2008
Código do texto: T777817