O rei
Chamavam-lhe apenas de rei. Ávido, forte e contundente sabia da sua nobreza e da missão que assumira naquele reinado finito mas existente.
Havia súditos pelos seus caminhos. A percepção, a liberdade e a criatividade eram personificações da sua realeza.
Impulsivo e espontâneo naquilo que propunha desenvolver, realizava criações consideráveis, preocupava-se com os amigos e fragilizados, enérgico com os inimigos e maleável com os justos.
O rei não admitia ingratidão, sempre se preocurou em ser verdadeiro, íntegro e expressivo, porém, muitas vezes foi incompreendido e raramente aclamado.
Preparou-se para ser diferente. Amou a vida e as artes. Admirava pessoas nas quais se via representado. Deixou herdeiros, na esperança que eles mantivessem seu legado de virtude, força e justiça.
O rei, cansado de guerra e por vezes frustrado com certas atitudes do ser humano, renunciou-se e no seu silêncio celibatário deixou a vida à imortalidade dos nobres.
"É melhor ser rei do teu silêncio do que escravo das tuas palavras" (William Shakespeare).
* Texto criado para um personagem (anime) que meu filho João desenhou e me sugeriu uma história a altura da sua obra e criatividade infanto-junenil. Te AMO, meu filho!