Sexta-feira treze (Republicado)

Triiim

Samantha acorda. Por conta do cansaço havia se deitado cedo.

– Alô? Quem?

Ela levanta-se bruscamente, fica por instantes pensativa, coloca a mão esquerda na testa. Depois vai até o armário, escolhe uma roupa aleatoriamente, calça os sapatos e toc, toc toc, chega na sala onde o tic tac do relógio lhe causa um tic nervoso.

Depois vai a cozinha e coloca algumas frutas na bolsa. Sempre sentia fome quando estava nervosa.

Bling Blong.

Abre a porta e sai acompanhada de alguém que está vestindo uma capa de chuva.

Samantha o segue e chega até o carro protegida por seu guarda-chuva. Sente frio e aperta o casaco contra si.

O motorista arranca e Samantha segue no banco carona apreensiva. Retira da bolsa uma grande garrafa d´agua. Glub! Glub! Glub!

Em instantes vão por uma rua de terra e o carro segue mais devagar pelo lamaçal, o temporal está mais forte e ouvem o estrondo de um trovão. Cabrum!

De repente o carro patina no atoleiro. E agora? Precisam chegar o quanto antes ao destino. O motorista acelera insistentemente. Mas em vão. É preciso que Samantha de uma mão. Ela desce e vai a traseira do carro. Começa a empurrar, uma, duas, três vezes e na quarta tentativa, Plaft.

O motorista sai do carro e não consegue se conter. Ha! Ha! Ha! Ela ergue a cabeça e seu rosto está encoberto de lama. Ele então a ajuda a se por de pé.

Os dois encharcados conversam debaixo de chuva. Tentam uma solução para desatolarem. Mas de repente:

– Shhh!

– O que foi? Sussurra Samantha.

– Eu ouvi algo estranho.

– Tipo?

Mas não é preciso que ele responda, ela ouve em seguida.

– Grrrr

Correm e entram para o carro. Tremendo ordena que o motorista mantenha o carro bem fechado.

– E agora?

– O jeito é pedirmos ajuda. Vou ligar para…

– O que foi?

– Fora de área.

– Não é possível.

– Mas precisamos chegar logo!

– Tem ideia melhor?

– Sim, saia e vá procurar ajuda.

– Mas pode ter uma fera nesse mato, você não ouviu?

– Eu que não saio daqui.

Vinte minutos depois ouvem um barulho.

Vrum! Vrum!Vrum

Olham para trás e veem um farol vindo atrás deles.

– Vamos pedir ajuda.

O motociclista vem cautelosamente pela estrada enlameada. Pára ao lado do carro e ao levantar o visor do capacete reconhece Samantha.

– Samantha o que você está fazendo aqui em meio a esse temporal.

– Jô que bom que é você, precisamos de ajuda.

O rapaz desce e tenta desatolar o veículo. Também não consegue.

A única opção que encontram é dar carona a Samantha até a fazenda de Seu Tião.

Samantha senta na garupa e partem, enquanto o motorista do carro fica esperando por ajuda.

A moto estava a dois quilômetros do destino. E na escuridão passam por enorme poça d´agua. Ploft. Novamente a moça fica estatelada a meio do caminho. E o motoqueiro nem se dá conta até duzentos metros à frente. Não ouvira os apelos da moça até que ao tentar falar com ela constata que não está mais na garupa.

Ao regressar a moça não está em um astral tão bom. Doí as costas, dói os glúteos.

– Ai! Ai!Ai!

De pé tenta se colocar sobre a moto novamente. Mas algo ecoa em seus ouvidos. – Hoot! Hoot! Hoot!

– O quê é isso pergunta a moça?

– Uma coruja.

Alcançaram a entrada da fazenda e Samantha abriu a porteira.

– Nherrr ! Rangendo ao abrir.

Estava sendo esperada.

As luzes se acenderam

– Clap, clap, clap. Seguido de um parabéns pra você..

Não podia acreditar que passaria o maior vexame de sua vida. Os flasches e os convidados captaram seu visual todo enlamaçado