NOSSOS ANCSTRAIS E SEUS COSTUMES
Diante do avanço tecnológico que temos ao nosso alcance, fico imaginando o que seria desta geração atual, que não consegue viver umas poucas horas, sem esta tecnologia, que move o mundo, e está disponível ao alcance desde os bebê, até aos idosos centenários .
Imagine caro leitor, os jovens atuais, vivenciando nas condições de vida como viveram nossos ancestrais, que sequer dispunham de material didático como lápis e papel para registrar os acontecimentos. E para piorar a situação, foram privados de conhecimentos pelo tradicional analfabetismo. Alguns mais inteligentes criaram seus métodos tentando facilitar a mão de obra e melhorando um pouco suas condições de vida. Mas contavam apenas com os recursos da natureza e o limite de suas criatividades. As fórmulas usadas chegavam a ser até pitorescas. Para a estatística populacional, ou seja, o censo, o método usado para contabilizar as residências e o número de habitantes, teve como distinção, o fogo e a alma. Por exemplo: no povoado tal, são quarenta fogos, habitados por duzentas almas. E assim por diante. Às propriedades rurais aonde se plantavam, colhia para a subsistência atribuía-se o nome de fábricas.
A fábrica de Manoel Ribeiro como era denominada na época e que mais tarde passou a ser chamada com o nome de fazenda, ganhou o nome de fazenda Curral Grande. Esse título só ocorreu mais tarde, quando passou a pertencer aos seus descendentes Por volta do ano de 1878 seu proprietário, motivado pelo simbolismo da fé cristã herdada nos conceitos religiosos de nossas raízes portuguesas, que a trouxeram no baú de sua fé e tradição, construiu um cruzeiro ilustrado com os objetos de flagelação e morte de cristo em seu martírio de cruz. Embora seja um trabalho singelo e rústico, não deixa de ser uma obra de arte, provando a criatividade de nossos ascendentes, acima citada. O cruzeiro tornou-se uma referência,para os eventos festivos e religiosos daquelas remotas épocas, como ponto de encontro do povo sertanejo, em suas celebrações civis e oratórias. Existem duas dessas relíquias históricas herdadas de nossos ancestrais, em nossa comunidade. Uma na praça padre Augusto, ao lado salão paroquial, e outra dentro do cemitério. A da praça está incrustada com a data de maio de 1878 sendo ela, a do Curral Grande, e a outra teve o Buriti da Amélia como seu local de origem. Vale à pena conhecer essas relíquias e refletir sobre seu simbolismo e sua historia. Esperamos que as futuras gerações as perpetuem. Mantenham e preserve-as para o bem da nossa história. Não apenas pelo simbolismo que representam, mas pelo seu valor histórico como patrimônio cultural de nossa terra na preservação de nossa origem.
OBS: Ilustrração foto ( acervo do autor)