Um certo Humberto...
Humberto Ramos, destemido e clássico zagueiro do Galo, quando primeiro campeão do Brasileirão, em 1971, uns 20 anos depois, assumiu a direção técnica do Clube, sempre dando o melhor de si em dedicação e provada competência.
Entretanto, uma proposta tentadora para trabalhar no Japão chegou-lhe por meio do admirável Zico, o Galinho de Quintino, que por lá na terra das gueixas e dos samurais, já se tornara ídolo. Coisa de milhão pra cima, com bônus, facilidades, coisa e tal.
Humberto, diante daquela oportunidade única, as pernas até bambeou, mas não embarcou. Ao Galo, mais fidelidade prestou.
Anos passados, após ter sido afastado da direção técnica do time ao qual havia devotado tanto trabalho, até com sacrifício de atender a melhores e mais vantajosas oportunidades, reivindicou o que lhe era devido contratualmente, e não pago...
A advocacia do Clube, como sói nessas ocasiões, retrucou-lhe que o devedor era ele próprio, por tais e mais razões...
Altivo, Humberto apenas relembrou aos solertes e incautos advogados que o lance decisivo que redundou na até então única conquista única do Galo, no jogo final contra o Botafogo no Maracanã, nascera de seus pés, numa arrancada heróica pela linha de fundo e o certeiro cruzamento para Dadá Maravilha completar para as redes do alvinegro carioca, selando o feito extraordinário do Galo das Gerais...