RODA DA LAMBRETA
Sou um motociclista há sessenta anos, e com elas tive grandes emoções, e vidas vividas – e nesse tempo riscando as ruas, muitas histórias fizeram partes – e vou relatar um acontecimento em 1963 quando recém tinha comprado uma lambreta usada e para mim foi uma realização de um sonho... eu saia todo faceiro como se fosse o dono do mundo. Eu ia trabalhar na Olivetti do Brasil em Porto Alegre/RS, motorizado, ao chegar outros funcionários apareciam para olhar a Lambreta – mas teve um dia que eu estava próximo do meu emprego quando um barulho fez um som de um PLEC, como se algo tivesse quebrado ou quase isso, na parte traseira da lambreta, e continuou fazendo PLEC até se acentuar com mais PLECS... pensei... como estou perto do meu emprego vou continuar escutando o barulho que supus não seria grave, mas de repente eu vi uma roda passar ao meu lado rodando até cair adiante da lambreta, e ela, a lambreta, sentada imóvel no chão... os PLECS era dos parafusos da roda traseira que afrouxaram até a roda saltar fora, fazendo eu pagar aquele mico... este conto foi o meu início na minha vida como motociclista continuada até o momento deste conto quando estou com 79 anos, mas ainda tenho tempo para seguir com a lenda... em andar de moto. Andar de moto é prigoso? Perigoso é deixar de viver.
Neri Satter – Setembro de 2022