Que é esse tá de jaz?

Mais outro dia amanheceu no sítio pau de Arara e os dois compadres já estavam a prosear de manhã cedo.

_ Bons dias cumpardi. Zé Curió.

_ Dias compadre, Zé Bronco.

_ Hoje tenho uma novidade pra modo de lhes contar.

_ Pois diga compadre, qual é a bronca?

_ Eu fui convidado pra ir para tá Capitá de San Paulo, pelo um primo meu que mora por lá.

_ É mesmo compadre, por isso que ocê estava sumido esses tá dias por aqui.

_ Por isso mermo cumpardi, meu primo me mandou me buscar aqui e enviou até passagem do tá aviã pra ir pra lá.

_ Poxâ compadre esse teu primo é paidegua!

_ É cumpardi, foi um trem bão demais viajar no tá aviã, só não gostei dos tá travacos daquele troço que eles chamam de turbulência.

_ Puxa compadre, Eu também viajei de avião, mas faz um bom tempão. Mas conte amigão, como foi por lá por essas bandas?

_ Pois é, cumpardi, foi tão bão demais, andei de car, andei no tá de shopi e foi até no cinema.

_ Legá, compadre, jóia mesmo. Conte mais dessa prosa de cidade grande.

_ in tosi, cumpardi, só não gostei quando fui almoçar em sua mansã.

_ Porque compadre? O que houve?

_ Cumpardi, nem lhe conto, o meu primo arresolveu almoçar ouvindo um tá de jaz, e eu não entendi bufufa de nada daquela tá musicá.

_ Mas compadre, o jazz é uma música mui fina e sofisticada, é música de pessoas de bons gostos, assim ocê não sabe nem ser chic.

_ Pode até ser du bom do gosto musicá mas eu aindo prefiro a boa velha moda de viola caipira.

E assim o Zé Bronco foi contato as novidades da cidade grande para o compadre Zé Curió. E haja prosa caipira que não acaba mais, oxé!

Déboro Melo
Enviado por Déboro Melo em 30/05/2022
Reeditado em 01/06/2022
Código do texto: T7526908
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