PAISAGENS AO VENTO
São 59 anos de paisagens ao vento, que apreciei e continuo apreciando aos 78 anos. Os pneus da minha moto, nesses logos anos riscaram os asfaltos e ruas irregulares que faziam a moto trepidar, balançando as paisagens ao vento que mudavam a cada acelerada, e ficavam mais lentas quando uma curva pedia um andar mais pausado... quando eu parava a moto a paisagem também fazia o mesmo, e ficava exibindo a sua performance e eu a contemplando - e assim todo o trajeto percorrido, sem pressa, porque o andar de moto não é só sentir a liberdade e a velocidade, é também curtir o mundo que nos envolve e que está acompanhando a nossa viagem, mesmo que seja: PAISAGENS AO VENTO.
Neri Satter – Maio de 2022