A Turma do Ensino Médio
A turma do ensino médio veio desde a pré-escola estudando junto. Um ou outro era incorporado ou substituído, mas a maioria ficava. Crescemos e desenvolvemo-nos juntos. Quando começaram a sair os primeiros pelos no corpo, as primeiras espinhas, os botãozinhos nas meninas, que posteriormente se avolumariam em seios grandes, médios e pequenos, as mudanças de voz, enfim, tudo o que se passa na metamorfose de transformação do ser humano até a idade adulta.
Hoje é fácil conseguir pautar as etapas, mas nem sempre foi assim: na infância, eu era muito tímido e ficava totalmente constrangido quando me chamavam de Palito por motivos óbvios: magro, desengonçado e alto. Na fase kids, eu zoava tanto que era difícil meus pais não irem na escola toda semana e, por fim, na fase teen o corpo atlético foi delineando ano a ano e chamando a atenção das agências de moda. Eram pequenos trabalhos que garantiam o sorvete e a pipoca do cinema com as gurias e um ou outro acessório da moda. As roupas eram o nosso pagamento e isso era muito top. Sempre estávamos arrumados para as festas.
O nosso colégio era extremamente exigente nas notas e os professores viviam nos cobrando trabalhos individuais ou em grupo para atingirmos a máxima nota no MEC. Nossos pais nos davam todo o apoio possível, porém, as diferenças de tratamento nas famílias apareciam no comportamento de alguns. Uns tiveram os pais separados, outros perderam um ou outro, ainda outros tinham pais em pé de guerra e uns os pais que viviam bajulando os filhos.
As amizades construídas foram extremamente sólidas, a ponto de termos tanto o nosso grupo de alunos, alunas, turma ou pais. Explico: os meninos tinham o seu próprio grupo de troca de informações ou zoações. As meninas por falarem muito, foram as primeiras a proporem esse tipo de separação; entendemos que o grupo da turma era para somente trocarmos informações sobre os trabalhos a serem realizados e o dos pais que se entendessem entre si.
Quando fomos para a faculdade ficou um pouco mais difícil desses encontros ou grupos se encontrarem, mas fizemos uma espécie de pacto. Tínhamos um professor que foi nosso acompanhante durante todo o ensino fundamental – o professor Mário; Ele faleceu dois dias após a nossa festa de formatura e como foi o paraninfo da turma, na data do seu aniversário (27 de dezembro) , nos reuníamos e trocávamos experiências.
Os anos se passaram e os encontros começaram a se escassear. 1.2.3.5.10 anos até que alguém teve a feliz ideia de fazer um baile a fantasia como o que tínhamos feito no ensino médio.
Bom aí é outra história ...