CAMPANHA DE VACINAÇÃO
Geraldo chegou da fazenda e sua esposa aproveitou-se da oportunidade para pedir-lhe que levasse os filhos para serem vacinados numa dessas campanhas organizadas elas Secretarias de Saúde dos municípios. Isto já vinha sendo solicitado com certa frequência, mas ele sempre arranjava alguma desculpa para não fazê-lo, o que contrariava bastante à esposa, deixando-a chateada. Porém, desta vez ele resolveu atendê-la.
Chamou a molecada toda, sem faltar nenhum. Eram oito crianças, uma escadinha que variava entre dois e doze anos. Mandou que todos subissem na carroceria da caminhonete , enquanto que ele e Dª Antonia entravam na boleia, e lá se foram com destino ao Posto, que ficava a uma certa distância de onde residiam.
Naquela época, motorista medroso e indeciso, ele costumava parar em cada esquina, olhava de um lado e do outro, ainda buzinava, por via das dúvidas, principalmente quando transportava a família. Distraído, não percebeu que, de um em um, todos foram descendo do veículo nessas paradas, até que não restou mais ninguém.
Ao chegarem, foi grande o susto de ambos, que ficaram bastante preocupados, temendo que tivesse acontecido algo de mais grave com a turma. Então, resolveram retornar pelo mesmo caminho percorrido, mas nenhum sinal dos filhos. O alívio só veio ao voltarem para casa, pois lá estavam todos, tão inocentes, como se nada de anormal estivesse acontecendo.
Depois da merecida bronca, mandaram que a empregada também subisse à carroceria, para vigiá-los, e foi assim que conseguiram cumprir a meta estabelecida. Sobrou choradeira geral, por medo da injeção.