FUGIR DA DOENÇA

 

Fugir da doença foi o que pensei por estar ciente que a saúde é um dos bens mais importantes que podemos disfrutar... este foi meu dilema vivido em 1964 ao trabalhar numa multinacional como gerente do setor de financiamento ganhando um ótimo salário que permitiu-me comprar a prestações um carro zero km – quando senti dores no abdômen, fui procurar um médico da empresa que após exames constatou que eu era portador de uma úlcera bulbar de face, adquirida pelo estresse adquirido ao trabalhar, com apenas 22 anos de idade - a dedicado da minha função ocasionou aquela doença... mas segundo o médico ela poderia ser curada, e a cura definitiva seria o meu afastamento da empresa.

Na minha condição de atleta, pertencendo a uma equipe de lutadores cênicos com apresentações na TV canal 12 de Porto Alegre, e após fazer um tratamento, tomei a decisão de “FUGIR DA DOENÇA”, pedindo demissão da empresa.

Em seguida fui viajar pela Bolívia, Perú e México mantendo-me através das lutas cênicas por mais de sete meses, ganhando bem menos do que a remuneração conseguida da Olivetti do Brasil. Levei uns três anos ainda sentindo esporadicamente dores, mas a doença sumiu... e posteriormente escolhi as profissões e não elas que me escolheram... fui técnico em judô, Luta Olímpica, e escultor. Estou com 78 anos andando de moto, bicicleta e natação, sem arrependimento da minha atitude de fugir da doença.

Neri Satter – Maio de 2022

 

 

Scaramouche
Enviado por Scaramouche em 10/05/2022
Reeditado em 11/05/2022
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