NA CASA DO GENRO
Certa vez, uma sogra grosseira e rabugenta foi passar uns dias lá na casa do genro, hospedando-se diuturnamente na casa do marido da filha. Este, querendo se livrar da velha ranzinza de uma vez, arquitetou um plano: Foi ao mercado da cidade e lá comprou muita comida gordurosa e pesada, para o jantar da velha: carne suína, feijoada, panelada, mão-de-vaca, costela, mocotó e corredor de boi.
E todos foram dormir após aquela farta e pesada janta.
Por volta da meia-noite ou mais, o genro ouviu alguém bater na porta por dentro do quarto em que sua sogra dormia; e aí ele pensou consigo mesmo: “O que terá acontecido? Será já a alma da velha?”. E, então, foi verificar... Quando ele abriu a porta do quarto em que a sogra estava, ela, enjoada e malcriada como sempre, indagou de repente, na cara dele:
“Ei, cara de jegue amuado, você poderia me dizer se ainda tem pelo menos um pouquinho de caldo que sobrou, lá na cozinha? Pelo menos um caldinho? Eu ainda estou com fome!”.
O genro se assustou e ficou surpreso com a incivil e esfomeada sogra, sogra que não gostava de nenhum dos genros dela. E ali, ele de novo pensou consigo mesmo:
“O que foi que eu fiz para merecer esse castigo?! Ninguém merece!".