UM MUTIRÃO NA ROÇA

Lá nas Minas Gerais, entre o rio Araguari e o arraial de Almeida Campos, próximo de Santa Juliana, região do triângulo mineiro, havia uma fazendinha em visível decadência, onde o Sr. Juquinha, dona Eva e seus seis filhos insistiam em sobreviver, apesar das dificuldades.

Eles possuíam um gadinho SRD (sem raça definida), e que, quando as vacas davam crias, produziam de 3 a 4 litros de leite cada, por dia, com o qual fabricavam queijos. Nem podia ser diferente, já que quase não tratavam, sendo que o pouco que o faziam resumia-se apenas em fazer com que sobrevivessem. No mais, plantavam pequenas roças de subsistência, como arroz, milho e feijão, havia uma lavoura de café, tudo produzia pouco, por absoluta falta de adubo e outros complementos. Ou seja, as coisas andavam alí como sempre fora durante várias gerações.

Contavam somente com a excelência da terra e com as chuvas que Deus mandasse. Além disso, criavam porcos e galinhas para consumo, vendiam somente o que sobrava disso.

A família mantinha os dois filhos mais novos na cidade de Uberaba, onde José Luiz e Lindalva estudavam em precárias condições, ele no curso de administração de empresa, e ela na área nutricional. Moravam numa pensão barata, no centro da cidade, e ali ficaram conhecendo o aposentado Jonas, o qual se tornou uma espécie de "patrocinador" dos estudantes nas horas de maior aperto financeiro, emprestando-lhes dinheiro até que recebessem as suas mesadas.

Todos ali gostavam do velho Jonas, mas este se apegou mais ao casal de irmãos, principalmente, porque eram muito carinhosos e atenciosos com ele, que nunca tinha sido casado, portanto não tinha filhos, e nem sabia se tinha irmãos vivos, pois havia perdido o contato com eles há muitos anos, desde que viera do nordeste para São Paulo. Ali, trabalhou na indústria durante quase quarenta anos, depois, resolveu procurar uma cidade mais tranquila para viver o restante do tempo que lhe restava. Chegou a Uberaba meio que por acaso, gostou do clima e daquela gente, foi ficando por lá mesmo, na pensão da D. Julia, que também o tratava com carinho. Apesar dos seus mais de 60 anos, era forte e sadio, gostava de um bom papo, o que o tornava muito querido. Vivia dos seus proventos e tinha uma pequena reserva financeira aplicada em poupança, além de um carro Opala em bom estado de conservação, e que servia para os seus constantes passeios pelos arredores nos fins de semana, quando visitava as cidades menores, ou ia pescar no rio Grande, num rancho de amigos.

Certo dia, num feriado prolongado, os dois jovens o convidaram para ir com eles até a fazenda de seus pais.

- Bem, Sr. Jonas, a nossa família é gente simples, mas nós já comentamos sobre o senhor com eles, e temos a mais absoluta certeza de que será tratado com todo respeito, porque, amigo nosso é amigo de todos, entende? Não há nada de excepcional por lá, a não ser a tradicional hospitalidade mineira, e também pode-se praticar uma boa pescaria na represa da usina Pai Joaquim. – disse a moça, preocupada, enquanto percorriam a velha estrada de terra batida.

- Ah, eu adoro conviver com as pessoas mais humildes, porque me fazem lembrar do meu povo! Não se preocupem, sei que vou adorar este passeio, mesmo porque, a árvore que gerou frutos como vocês só pode ser boa, né? – respondeu Jonas, espontâneo.

- O meu pai é bastante prosa, adora contar causos regionais, jogar um truquinho ao sabor de uma boa cachaça e de arroz com frango. Só não gosta quando alguém tenta roubar no jogo, ou então começa com insultos. Aí ele não aceita, logo arranja um jeitinho de cair fora da mesa, sem apelar, porém. – acrescentou José Luiz.

- Ora, então ele é um dos meus, já que eu também sou assim! Aposto que serei amigo de todos.

- Por outro lado, a minha mãe é mais reservada, ri por qualquer coisa, é muito prestativa e carinhosa, lá do seu jeitinho meio tímido. O senhor vai adorar a cozinha dela, precisa se cuidar muito, sob pena de ganhar alguns quilos em poucos dias, viu? Somos seis irmãos, três homens e três mulheres, todos os outros já se casaram e moram por perto da casa sede, numa antiga colônia de trabalhadores, tudo muito simples, inclusive os cunhados e sobrinhos. – continuou Lindalva.

- Ora, não se preocupem comigo! Eu já lhes disse que não pretendo dar trabalho, quero curtir a natureza em geral, pescar uns lambarizinhos, andar pelos campos e matas, enfim, me divertir. Basta que me arranjem um cavalo, e é só.

- Nossa, existe uma variedade enorme de fauna, desde pássaros e outros bichinhos até o lobo guará, tamanduá bandeira, veados, inclusive a oncinha parda, pegadora de galinhas! Lá, tudo ainda está bastante preservado, a não ser o velho casarão e o engenho de cana, muito detonados pela ação do tempo, coitados! Isto significa que, basta não reparar muito, para que possa se curtir tudo sem sustos, ta bom? – ainda falou Zé Luiz, mais tranqüilo pelas palavras do amigo.

Logo que passaram pela comunidade de Almeida Campos, tomaram por uma estradinha secundária pouco movimentada, claramente. Mais adiante, entraram à direita, numa outra mais parecida com uma trilha, pela precariedade, e chegaram à porteira da divisa, segundo informações dos jovens. Andaram mais quinhentos metros e deram de cara com uma lagoa natural de rara beleza, a qual tinham que cruzar por dentro da água mesmo, já que não havia outro jeito, porém, o local era pouco profundo, de maneira que não houve maiores contratempos na travessia. Em seguida, cerca de dois kms. após a lagoa chegaram a um córrego de águas limpas, e que corria sobre pedras grandes e pequenas, onde antigamente houvera uma represa que fazia funcionar uma “finada” usina hidrelétrica, desativada há muitos anos.

Depois, assim que subiram a ladeira por dentro da mata cerrada, já avistaram a velha sede da fazenda, cercada por currais, uma cocheira , um paiol de milho, e outras pequenas benfeitorias. Jonas também se encantou com a variedade de frondosas árvores ao redor da moradia, destacando-se as paineiras em plena floração, uma das coisas mais lindas de se ver. Também havia algumas espécies de coqueiros nativos da região, dois gigantes pés de cedro, um ou outro eucalipto, um lindo bambuzal situado entre a casa e o engenho de cana. Tudo isto ele viu e gostou demais, o resto ficaria para depois.

Assim que “apearam” do carro, Jonas percebeu pela calorosa recepção, que ali estava lidando com gente da melhor qualidade, apesar da simplicidade. Estavam perfilados e, cerimoniosamente o cumprimentavam com palavras de boas vindas, entre fortes apertos de mão, ao serem apresentados com os tradicionais “muito prazer”. Não demorou muito e já estavam à vontade com ele, e vice versa, ao enfrentarem a farta mesa para o café da manhã naquele sábado. Quando chegou a hora do almoço, todos juntos na copa já se comportavam como velhos e queridos amigos, outra tradição por ali. Contavam causos, comentavam notícias e novidades, enquanto os homens bebiam a tradicional e santa pinguinha e aguardavam as ordens de D. Eva, suas filhas e noras, todas empenhadas em mostrar ao visitante que sabiam tudo sobre comidas e doces.

Assim, naquele primeiro dia não foi possível fazer mais nada, além de conversar e comer. Nos dias seguintes, aí sim, Jonas conseguiu se desgarrar. Um dos garotos, um moleque de uns doze anos, Isaias, neto do Sr. Juquinha e d. Eva, foi encarregado de acompanhá-lo em suas andanças a pé e a cavalo, e tornou-se um companheiro muito sábio, pois conhecia todos os cantos da propriedade. Nunca tinha pressa para nada, estava sempre com um sorrisinho maroto no semblante, e gostava de ver as trapalhadas que o novo amigo não conseguia evitar. Foi desta forma que Jonas passou um dia inteiro acompanhando o trabalho de um passarinho, o joão de barro construindo a sua casinha, sendo que aquilo o encantou demais, pela determinação do bichinho. Pescou na represa, andou por tudo ali, e acabou por se apaixonar, completamente.

Percebeu que estava tudo em completa decadência, não entendia como é que aquela gente conseguia sobreviver daquilo, e logo lhe ocorreu uma idéia que todos considerariam mirabolante. Por quê não transformavam o local num hotel fazenda? Isto ficou martelando na sua cabeça, nos dias seguintes, mas não disse nada aos jovens. Achou que devia abordar aquele assunto com muita cautela e no momento oportuno, e ficou aguardando a melhor oportunidade. E esta veio em seguida, alguns dias depois, quando convidou-os a fazerem uma viagem com ele, porém, nada falou sobre o destino. Claro que os jovens toparam, então saíram bem cedo de Uberaba, passaram por Sacramento, dali pegaram uma estrada de terra como se estivessem indo para São Roque, na serra da Canastra, mas desviaram no sentido de Delfinópolis, onde chegaram na hora do almoço, numa pousada chamada Portal da Serra, e ali se hospedaram.

Logicamente que Zé Luiz e Lindalva se apaixonaram pelo local e a sua gente, tal como eles mesmos, formada por uma família: os pais, filhos, cunhados e a molecada. A mãe, uma filha e uma nora eram as responsáveis pela cozinha; a outra nora cuidava da limpeza; a outra filha tomava conta da administração; dois irmãos conduziam os visitantes aos passeios à serra e às cachoeiras; e um outro irmão morava em Campinas, onde montou com a esposa uma agência de turismo, que era a responsável pela remessa das excursões de turistas. Só o pai não tinha uma ocupação fixa, porém, a principal atividade dele era “contar causos” divertidos aos visitantes. No casarão principal havia antes seis quartos grandes, que foram reformados e transformados em dez suítes; onde era uma cocheira para manuseio do gado também montaram dez quartos mais simples, com dois banheiros, um masculino e um feminino; além da colônia de trabalhadores, cujas casinhas viraram confortáveis chalés para famílias de até seis pessoas.

As duas moças da casa se tornaram boas amigas dos jovens, e ficavam conversando horas seguidas, e isto foi fundamental para que Zé Luiz se interessasse pelas coisas da pousada, talvez ainda mais por Simone, a que cuidava da administração. Numa ocasião em que estavam a sós no escritório, ele se manifestou, dizendo-lhe que gostaria de conhecê-la um pouco mais, e também sobre as coisas da pousada.

- Olha, Si, nós temos uma velha fazenda quase igual a esta, um pouco maior, talvez. Aquilo gera pouca renda, meus pais e irmãos tem enormes dificuldades em nos manter na faculdade, embora já estejamos no último ano de estudos. Claro que não temos condições de sobreviver dela, muito pelo contrário, será necessário que a gente trabalhe na cidade e que os ajude lá mesmo, porque não sabem fazer outra coisa. Bem que gostei muito disso aqui, no entanto, acho inviável, pois não dispomos do capital necessário, entende?

- Ora, meu caro, você pensa que nós tínhamos o dinheiro para montar todas estas instalações? Que nada! Foi tudo financiado a longo prazo, e nós penamos para pagar as contas nos primeiros tempos, até que as coisas engrenaram, e hoje a gente tem uma extensa agenda de espera, graças a Deus, ao meu irmão de Campinas, e ao nosso intenso trabalho, viu?

- O maior problema é que o meu pai não aceitaria financiar nada, acho que nem os meus irmãos topariam, já que me parece que eles nunca tiveram nem conta em um banco!

- Você pensa que aqui foi muito diferente? Foi não, Lu! Sabe o que tivemos de fazer? Foi preciso convencer aos velhos de que seria melhor que fizessem a divisão da herança em vida, para se evitar a necessidade do inventário! Quando assinaram toda a papelada, já iniciamos o processo de financiamento junto ao banco, e a grana saiu em menos de dois meses.

- É, isto pode ser uma boa idéia, no nosso caso, pois, inclusive, já conversamos algumas vezes sobre o assunto, sabe? Isto não é muito demorado, não?

- Seria, sim, se houvesse a necessidade do inventário, mas a doação aos filhos, em vida, é um processo rápido. Basta que haja um consenso geral, em que todos aceitem aquilo que lhes couber, entende? Aqui foi bastante tranqüilo, demorou umas duas semanas.

- Vou pensar sobre esta possibilidade. Quem sabe, se não dá certo, né?

Foi assim que a sementinha foi implantada em Zé Luiz, que demonstrou grande entusiasmo durante a viagem de volta a Uberaba. O assunto contaminou a irmã, que também adotou a idéia, sendo que Jonas fingia pouco interesse, mas procurava valorizá-la ao máximo. Até que, finalmente, atacou, após calorosas discussões sobre o tema:

- Estaria mentindo a vocês, se lhes dissesse que não fizemos este passeio de caso pensado. Então, serei o mais mais objetivo possível, tudo bem? Eu tenho algumas economias financeiras, e que estão aplicadas no mercado, além do meu beneficio de aposentado, porém, ganho o suficiente para me manter de uma maneira digna, digamos assim. Assim sendo, posso dispor de uma quantia suficiente para realizar alguma coisa mais produtiva para todos nós. Por exemplo, posso bancar todas as reformas necessárias para transformar a fazenda numa mina de dinheiro, e, o mais importante de tudo, é que não cobrarei os juros extorsivos dos bancos. Para não dizer que não ganharei nada, vamos supor que eu tenha uma participação nos lucros do futuro “Hotel Fazenda Pé de Cedro” Por exemplo: cinco por cento do líquido, que tal? A única exigência que faço é que um dos chalés seja o meu, ta bom assim? Não quero participação na administração, só vou receber os proventos da aplicação, se e quando o empreendimento resultar em lucro. – propôs Jonas.

O plano se transformou em sonho, os dois jovens trabalharam muito na realização daquilo junto aos pais, irmãos e cunhados (as), que, aos poucos, foram seduzidos pela idéia. Quanto aos velhos, eles confiavam na expectativa dos filhos, e foi assim que aceitaram a transformação, com Jonas financiando as despesas. Foi então que venderam todo o gado existente na propriedade, e passaram a agir em função da nova empreitada. Após detalhados planos, elaborados em outras visitas que fizeram a alguns empreendimentos do ramo, iniciaram-se as reformas necessárias.

Contrataram uma equipe de pedreiros e outros trabalhadores da área, e logo começaram pelo velho casarão, transformando tudo em confortáveis cômodos. O barracão do velho engenho de cana estava sendo transformado em um amplo salão de eventos e jogos recreativos; as oito moradias da colônia viravam confortáveis chalés. Enfim, em pouco tempo, até que os dois jovens concluíssem os seus cursos universitários, ocorria uma mudança física em toda a velha fazenda, visando acolher até quarenta pessoas nas novas instalações. Tudo foi realizado em menos de seis meses, sob o comando do velho amigo. Faltavam apenas os arremates finais, como consertar as cercas e limpar o antigo rego d’água, um serviço incompatível com o pessoal que estava trabalhando na propriedade.

Foi assim que surgiu a iniciativa de Otávio, um dos genros do Sr. Juquinha, o qual sugeriu que poderiam montar um mutirão entre os moradores das outras fazendas da região, além daqueles que residiam na vila, e que seriam convocados para aquele tipo de serviço, um antigo costume por ali. A “treição” consiste numa grande reunião de pessoas, com o objetivo de cumprirem uma tarefa sem que o “favorecido” saiba de nada, e foi assim que tramaram tudo. A data foi marcada para dali a duas semanas, quando, ainda antes do amanhecer, começaram a chegar os caminhões carregados com arames e postes, além de homens da vizinhança, com suas ferramentas, e dispostos a trabalhar naquele dia em troca da comida e de um animado“pagode” à noite. Também vieram mulheres para ajudarem na cozinha, ou seja, os trabalhos não gerariam qualquer transtorno, a não ser a provisão dos alimentos para tanta gente e os preparativos para o grande baile noturno.

Após o susto inicial, logo superado pelas brincadeiras dos vizinhos, foram montadas as equipes de trabalho, cada uma com uma função específica: limpeza geral no entorno, remoção e construção de cercas de tábuas e de arame, assim como a limpeza do rego que conduzia a água de uma nascente até a moradia, e que fazia movimentar o velho monjolo existente numa varanda anexa à casa principal, onde também havia a cozinha mais utilizada por D. Eva. Às sete horas já foi servido um generoso café com queijo fresco aos presentes, sendo que aí começaram as costumeiras brincadeiras com o anfitrião.

- Pois é, nós viemos limpar o rego do Sr. Juquinha, não é pessoal? – comandou o Simão, velho amigo dele.

- Ara!, que bobagem é esta, sô? Vai limpar o reguinho do seu pai, viu?

- Nós já limpamos o rego dele também, uai! Agora é a sua vez, Sr. Juquinha. – insistiu o outro, entre gargalhadas dos demais.

- Vocês podem limpar o rego d’água, não o meu, né? Aliás, gente, tava mesmo precisando, hein!

- É verdade, tudo por aqui andava meio derrubado demais da conta, mas ficou tudo uma belezura que dá gosto de se ver, meu compadre! Vocês estão de parabéns, viu? Aposto que você mesmo não ajudou em nada, né? – insistiu Carlos, outro vizinho e amigo de longa data.

- Ora, se ajudei! Só de não atrapalhar as idéias dos meninos eu já fiz a minha parte, uai sô. Devo confessar que não acreditava muito nisso, no começo, quando chegaram falando deste assunto, mas paguei prá ver no que dava, e não estou nem um pouquinho arrependido. Afinal, eu e a minha velha já estamos em fim de carreira, então, achamos melhor deixar que os mais novos se virem, mesmo porque, se houver prejuízo nesse “trem”, ele será todo do nosso amigo Jonas. Se houver lucro, e creio que haverá, todos nós seremos beneficiados, inclusive ele, o que todos nós achamos que seja justíssimo, pois investiu e arriscou, não é verdade?

Na hora do almoço, todo aquele batalhão foi brindado com uma variedade enorme de carnes de todos os tipos, arroz, feijão, mandioca cozida, macarronada, abóbora e verduras diversas. Já tinham cumprido a metade da tarefa, e tão logo terminaram a comilança levada até eles em grandes gamelas e bacias, pelos anfitriões, descansaram uma meia horinha, depois pegaram de novo no batente.. Merendaram no meio da tarde, quando foram servidas muitas quitandas com leite, depois, por volta das quatro da tarde, quando tudo já estava pronto e arrumado, todos foram descansar e tomar banho, na expectativa do baile que seria realizado à noite, no galpão do antigo engenho de cana.

Todos imaginavam que o tal baile seria nos moldes costumeiros, com um trio formado por um sanfoneiro, um tocador de violão e um pandeirista da região, mas Jonas voltou a surpreender, e contratou uma pequena banda de Uberaba, com a recomendação explícita de que tocassem mais músicas antigas, além dos sucessos atuais do gênero sertanejo. Após o gostoso jantar, regado à boa cachaça, refrigerantes e cerveja à vontade, todos demonstravam a maior animação, nem parecia que tivessem trabalhado o dia inteiro naquele serviço pesado.

Assim que o “pagode” começou, às nove da noite, os pares já se formaram, e todos rodopiavam pela pista com muita alegria e curtindo a satisfação de terem contribuído de alguma maneira para que tudo aquilo se realizasse. Às duas da madrugada, os ânimos foram serenando aos poucos, pessoas foram se despedindo e indo embora, até que a calma reinou completamente. Os da casa estavam cansados, lógico, porém, satisfeitos e felizes, além de dispostos a enfrentarem o que viesse dali em diante.

Várias agências foram contatadas por Jonas e os dois jovens, em várias cidades, como Belo Horizonte, Uberlândia, Ribeirão Preto, São Paulo, além de Campinas, através de Alceu, irmão da Simone, já noiva do Zé Luiz, sendo que este enviou a primeira turma de visitantes ao “Hotel Fazenda Pé de Cedro”. Dali em diante, foi uma mera questão de paciência, apenas moderada, porque o negócio engrenou rapidamente, pois ganhou fama de bom atendimento, e isto é a melhor propaganda que existe.

Ronaldo José

Ronaldo Jose
Enviado por Ronaldo Jose em 16/04/2022
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