O NARRADOR DE UM LEILÃO
No interior começava um leilão, naquela noite sertaneja de sábado, onde as joias ou produtos a serem leiloados eram: frutas, bolos diversos, galinhas, capão assado, assados de carne suína e bovina, e outros. O loquaz e engraçado narrador, ou gritador do leilão, como também se chamava por aqui, ao exibir para o público uma lata de margarina, falou: “Olha, pessoal, esta aqui é uma margarina vegetal... Vegetal, minha gente, quer dizer que vem da vegetação!”.
E esse mesmo narrador, ao exibir a fruta mamão, chamava-a sempre de “passa raiva”. E continuava: “Veja, pessoal, o tamanho deste ‘passa raiva’! Venham arrematar...”.
Foi há muito tempo... Os leilões, especialmente nas noites de sábado, eram muito comuns, nos bairros da cidade, nos povoados e também nas localidades mais afastadas e pouco povoadas, do interior aqui da minha região.