A MOÇA ARROGANTE E O VENDEDOR DE LIVRO, ANALFABETO

JOEL MARINHO

Era finalzinho de tarde na pequena cidade de Alvorada do Norte, Fabrina entrou na única livraria que ali existia e pediu ao vendedor Jorge uma sugestão boa de leitura. Jorge querendo vender foi com a mão no primeiro que encontrara com os olhos e garantiu: - Este é excelente!

Fabrina pagou o livro de capa bonita e foi embora, três dias depois voltou para falar umas poucas e boas a Jorge, afinal ela nunca tinha lido coisa tão ruim e maçante, parecia até que ao escrever o autor estava de muito mau humor e brigado com o mundo inteiro, tudo isso porque o jovem vendedor havia dito ser um livro excelente, porém não havia lido, pois apesar de trabalhar naquela livraria em que o dono era seu pai, o coitado era analfabeto, fora proibido de estudar, no entanto, desenvolveu uma grande paixão pela capa dos livros sem saber o seu conteúdo.

Arrogantemente Fabrina jogou o livro sobre o balcão e foi embora, nem exigiu ressarcimento e Jorge ficou olhando a cena sem entender nada com um fio de lágrima descendo dos seus olhos.

Afinal, onde ele havia errado?