Hermanos para siempre...?
Passada a famigerada guerra mundial, e advindos os ventos da redemocratização mundafora, o todo poderoso General Perón, Presidente da Argentina, e um facho mais baixo, General Dutra, Presidente do Brasil, marcaram em 1947, um um encontro, um tanto histórico e ainda um tanto mais pomposo, na Ponte da Amizade, marco da fronteira argentino-brasileira, entre Paso de los Libres e Uruguaiana.
Juan Domingo Perón, todo paramentado com a imaculada túnica de gala e espada do Exército argentino, com o peito coberto de medalhas, e acolitado por seu numeroso séquito, inicia sua solene caminhada para o centro da ponte...enquanto, do lado oposto, eis que Dutra, à paisana, com uns poucos assessores faz movimentação convergente...
A uma dada altura, quando vozes já podem ser ouvidas entre as duas comitivas, Perón abre seus braços, em gestual magnânimo, e brada, a pleno pulmões:
Hermano Dutra...!!!
Ao que o homônimo brasileiro, sem hesitar, colocando a mão direita - sempre à direita - arqueada ao lado da boca responde a sotto-voce
Hermano não, Eurico...!
Enquanto isso, Sêo Zé Pereira, nas rádios do país e do tempo do carnaval, ia fazendo o maior sucesso, para o desagrado de Dona Santinha Dutra, que com pouco ia dar cabo na jogatina no país...
Sêo Zé Pereira vai cair na brincadeira
neste ano de quarenta e sete
ele vai fantasiar de borboleta
e a mulher dele, de Maria Antonieta...