Paixão em Ambiente de Trabalho
As paixões são irresistíveis. Quando bate a paixão as pessoas não conseguem pensar com sensatez ou lógica. Não enxergam nada a seu redor, apenas o objeto da paixão.
As pessoas apaixonadas ficam cegas e pensam que todos aos seu redor também estão cegos.
É interessante observar duas pessoas apaixonadas, sobretudo no ambiente de trabalho ou numa faculdade e principalmente quando um ou os dois são casados ou comprometidos.
O casal apaixonado se torna um tanto ridículo, com olhares e sorrisos, tentando esconder de todos a paixão fatal e incontrolável.
E todos que observam também se tornam um pouco ridículos, fingindo que não estão percebendo nada.
Já estive presente em vários deste casos. Parece que o ambiente de trabalho é propício a essas paixões.
Estive trabalhando um vez em uma equipe de cerca de quinze pessoas. Chegou uma colega nova, divorciada há pouco tempo.
Pouco tempo depois ela estava flertando com um colega casado. Aí começou, um saía pra lanchar o outro saía logo depois. Olhares lânguidos, sorrisos discretos mas que todos notavam. Um saía no final do expediente e o outro saía logo atrás.
Eu trabalhava entre dois colegas e todas as vezes que os pombinhos lançavam algum sinal a gente se entreolhava sem nada dizer. E eles pensando que estava tudo sob o mais absoluto sigilo.
E aí os colegas acabavam ficando reféns daquele romance secreto. Quando os apaixonados saíam pra cantina, os outros tinham que esperar pra não haver “saia justa”, quando estavam conversando na mesa de um deles a gente precisava ser discreto e esperar acabar o namorico pra conversar com um deles sobre o trabalho. Quando eles saíam no final do expediente os outros esperavam pra não dar um flagra indesejado na porta.
Um dia a colega não foi trabalhar. Teve um problema qualquer e teve que se ausentar.
No meio do expediente o colega apaixonado disse que precisava se ausentar para uma consulta médica. O colega do meu lado disse pra mim, quando ele estava saindo:
-Consulta médica, hein?
Eu respondi
-Não sei de nada e nem estou sabendo do que você está falando.
-Não sabe do que estou falando? Sei. Você é uma mulher e entende mais disto que eu.
-Eu não entendo nada. Não me comprometa.
-Muito antes do que se imagina vai estourar uma bomba. Espera só.
-Não tenho nada com isto. Só observo.
E o romance secreto seguiu seu curso até a esposa do colega descobrir. Como descobriu não se sabe. Talvez algum fofoqueiro de plantão da equipe ou mesmo da agência em que trabalhávamos contou à pobre mulher traída.
O fato é que ela deu uma incerta lá no trabalho e pegou os dois. Partiu pra cima da colega e foi como uma bomba mesmo. A fúria da mulher estava incontrolável e o colega, pivô da briga, fez que nem era com ele. Ela machucou a colega, quebrou equipamentos, fez o diabo.
Até que os colegas conseguiram contornar a situação. Ela então foi pra cima do marido e disse:
-Vamos embora, agora é entre nós.
Ele levantou caladinho e a seguiu. Sabe-se lá o que seria aquele “agora é entre nós.”
O fato é que a colega nem voltou mais pra trabalhar. Ajeitaram uma transferência de urgência pra ela. O colega poucos dias depois também foi transferido.
Um tempo depois, encontrei esta colega por acaso e ela estava com um outro namorado. E o colega seguiu tranquilo com seu casamento estável.
Essa tal paixão faz seus estragos e depois sai de cena como se nem fosse com ela.