MEUS CAUSOS NATALINOS
Nessa época do ano, a figura lendária do bom velhinho ressuscita em mim lembranças da minha infância.
Ah! tempos mágicos de pura inocência. Na nossa pobreza material não tinha presentes, mas tinha a ceia para celebrar o aniversariante.
Ai me vem a lembrança do tradicional peru, o judas dessa celebração, aquele que sempre paga o pato.
Um mês antes, minha avó comprava um na feira livre, para " cevar ". Todos os dias pegava as sobras do almoço, amarrava o pobre coitado pelos pés, predia-o no chão, abria-lhe o bico e o entufava goela abaixo. Curiosa, eu ficava sentada em silêncio, assistindo aquele ritual . Na véspera de Natal, o sacrifício!... ( Por isso o dito, "ninguém morre de véspera" - uma referência ao pobre peru).
Chegado o grande dia, minha avó pegava a vítima para sacrifíca-lo, ele sequer reagia, decerto pensando que ia encher o papo. Ela predia-o pelos pés, torcia seu pescoço e o degolava. Na minha inocência, assistia o sangue espirrar dentro de um prato, suas asas debatendo-se, em frêmitos, com a mesma naturalidade que via ao alimentá-lo. Como eu era insensível!
Hoje sinto remorso e arrependimento da minha participação como plateia e cúmplice.
Como falei acima, não havia presentes embora eu desejasse. Um ano desejei ganhar um boneca grande, de cabelos, que chorava , abria e fechava os olhos. Aí ganhei uma de pano, popularmente conhecida como "bruxa de pano". Me conformei, fazer o quê?
Com o tempo percebi que as vezes o bom velhinho até dá além daquilo que esperamos, mas nem sempre o que queremos. Este ano por exemplo, até me foi retirada toda esperança de ganhar o que tanto quero .
Ah, Descobri que Papai Noel é mesmo um cara gozador!!
Pelo menos comigo...
Nessa época do ano, a figura lendária do bom velhinho ressuscita em mim lembranças da minha infância.
Ah! tempos mágicos de pura inocência. Na nossa pobreza material não tinha presentes, mas tinha a ceia para celebrar o aniversariante.
Ai me vem a lembrança do tradicional peru, o judas dessa celebração, aquele que sempre paga o pato.
Um mês antes, minha avó comprava um na feira livre, para " cevar ". Todos os dias pegava as sobras do almoço, amarrava o pobre coitado pelos pés, predia-o no chão, abria-lhe o bico e o entufava goela abaixo. Curiosa, eu ficava sentada em silêncio, assistindo aquele ritual . Na véspera de Natal, o sacrifício!... ( Por isso o dito, "ninguém morre de véspera" - uma referência ao pobre peru).
Chegado o grande dia, minha avó pegava a vítima para sacrifíca-lo, ele sequer reagia, decerto pensando que ia encher o papo. Ela predia-o pelos pés, torcia seu pescoço e o degolava. Na minha inocência, assistia o sangue espirrar dentro de um prato, suas asas debatendo-se, em frêmitos, com a mesma naturalidade que via ao alimentá-lo. Como eu era insensível!
Hoje sinto remorso e arrependimento da minha participação como plateia e cúmplice.
Como falei acima, não havia presentes embora eu desejasse. Um ano desejei ganhar um boneca grande, de cabelos, que chorava , abria e fechava os olhos. Aí ganhei uma de pano, popularmente conhecida como "bruxa de pano". Me conformei, fazer o quê?
Com o tempo percebi que as vezes o bom velhinho até dá além daquilo que esperamos, mas nem sempre o que queremos. Este ano por exemplo, até me foi retirada toda esperança de ganhar o que tanto quero .
Ah, Descobri que Papai Noel é mesmo um cara gozador!!
Pelo menos comigo...