Trágico e Macabro
Conta-se que no início do Século XX, numa cidade do interior das Minas Gerais estava acontecendo uma pendenga por causa do cemitério que pertencia à Igreja Católica. O pároco do lugar se recusou a autorizar o sepultamento de um homem que professava a fé protestante e o fato repercutiu criando impasses e discussões entre a turma do atiço e a do deixa disso.
Como a cidadezinha estava em crescimento e o campo santo estava ficando pequeno, estando já quase lotado, o prefeito resolveu construir um outro cemitério, e não era o Odorico Paraguaçu.
Depois de muita disputa e brigas políticas, conseguiram o terreno para a construção do tal cemitério, que seria público, tirando do pároco o poder de criar conflitos e fazer picuinhas.
Como era uma cidade de poucos recursos o prefeito teve dificuldades na construção do cemitério e muitos criticavam dizendo que o dinheiro escasso deveria ser usado em coisas mais importantes. Como se a última morada, o descanso eterno não fosse importante.
E vai prefeito e volta prefeito em outro mandato, finalmente a obra foi saindo do papel e tomando forma.
Finalmente já estava quase em fase final a construção.
Um dia, de sua janela, uma jovem senhora de, família abastada, olhou longamente para aquela obra, que ela e seu marido consideravam desnecessária e disse:
-Quem será o primeiro desafortunado a ser enterrado naquele cemitério? Estarei presente na inauguração.
E tempo vai e tempo vem, o cemitério foi tomando sua forma final.
Por esta época a jovem senhora e seu marido viajaram. Foram para o litoral, que inexiste nesta terra tão cheia de belezas e Minas Gerais.
A família toda se divertia e se encantava com belas praias.
Até que uma tragédia se abateu sobre aquela família. A jovem senhora tão formosa e cheia de não me toques, não se sabe como, resolveu entrar no mar sozinha. O mar traiçoeiro a tragou e ela morreu afogada.
Foi uma consternação geral a trágica e precoce morte da bela dama da sociedade local.
Todos lamentavam aquele acontecimento tão triste. E o luto tomou conta da cidade.
E por uma ironia do destino, ela foi a primeira desafortunada a ser enterrada no cemitério. Ela não só esteve presente como foi a personagem principal.
Bem, conta-se esta história. Mas fico aqui pensando, será que realmente ela ela disse aquela frase? Ou por ela ter sido a primeira a ser enterrada e sua janela dar vista para o cemitério, criou-se esta lenda???