Maria inoculada...
Esse vem de Araújos, MG, por meio de postagem na página da papeagem da Academia Divinopolitana de Letras.
Dona Maria, batalhadora viuvinha vinha da zona rural pra cidade para trocar seus produtos por outros bens disponíveis no comércio local. Duma feita chegou com um balainho de ovos, que trocou na padaria de seu Zé por pães para a sua meninada...
E mal rumava pra tomar seu caminho de volta, deu-se com o Sebastião, vendedor de bilhetes de loteria. Não resistiu à lábia do amigo que casava tão bem com seu pendor para a sorte grande. Picada pela moscazul, pediu ao lotérico que aguardasse um pouco, que foi o tempo bastante para Maria correr à padaria e obter do compreensivo Zé uns cobrinhos pela devolução dos pães fresquinhos que acabara de comprar...
Mal comprado o bilhete dos sonhos, bateu-lhe a realidade da fome danada dos meninos pelo pão da cidade. Voltou ao Zé padeiro e com o bilhete na mão propôs-lhe um recâmbio daquele fio de esperança pelo pão que à pança dá real sustança. Transação feita, Maria voltou pra casa...para poucos dias depois, ouvir pelo rádio que o Zé da padaria havia sido o felizardo, aquinhoado com a sorte grande...
E desde então, sua história de vida virou a de Maria Doida...mas muito mais que doida, doída...