Photo by Nadine Shaabana on Unsplash
O meu amado monstro deixou-me. Seguiu caminho pelas suas trevas, de silêncios ensurdecedores, cantarolando palavras imperceptíveis que antes cirandavam melosas na minha boca.
O meu atrofiado caminho desbravou-se como uma flor de sentido único a crescer imponente num pântano de tempestades silenciosas.
O mundo de indignos presentes transformou-se num refúgio de indigos que soletravam o passado e o futuro sem perceberem que podiam alternar o escuro e a luz a seu bel prazer.
O meu desenho mudou as formas dissimuladas do mal, a lista de convidados modificou-se depois do abandono a que fui sujeita, ainda assim quis entranhar-me naquele inferno, só para ter palavras para descrever o infortúnio. A soberba saiu cara, apesar de me ter saciado com os beijos de alguns companheiros da desgraça de cair sem ter quem depois nos levante.
O meu amado monstro morreu, deixou-me aqui prostrada na sua campa, despojada de afecto, dissimulada de noite e de dias, de tudo o que a sua arte mental de prejudicar o próximo fazia.
Quando me levantar, depois de limpar a campa, vestirei a capa dos sorrisos falsos, assumirei a urgência de guardar para mim toda esta dor que finalmente se foi. Ela vai-se dissipar tal como o abandono a que fui sujeita pelo meu amado monstro, no preciso dia em que me bateu pela primeira vez.
O meu atrofiado caminho desbravou-se como uma flor de sentido único a crescer imponente num pântano de tempestades silenciosas.
O mundo de indignos presentes transformou-se num refúgio de indigos que soletravam o passado e o futuro sem perceberem que podiam alternar o escuro e a luz a seu bel prazer.
O meu desenho mudou as formas dissimuladas do mal, a lista de convidados modificou-se depois do abandono a que fui sujeita, ainda assim quis entranhar-me naquele inferno, só para ter palavras para descrever o infortúnio. A soberba saiu cara, apesar de me ter saciado com os beijos de alguns companheiros da desgraça de cair sem ter quem depois nos levante.
O meu amado monstro morreu, deixou-me aqui prostrada na sua campa, despojada de afecto, dissimulada de noite e de dias, de tudo o que a sua arte mental de prejudicar o próximo fazia.
Quando me levantar, depois de limpar a campa, vestirei a capa dos sorrisos falsos, assumirei a urgência de guardar para mim toda esta dor que finalmente se foi. Ela vai-se dissipar tal como o abandono a que fui sujeita pelo meu amado monstro, no preciso dia em que me bateu pela primeira vez.